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Danilo, capitão da Juventus: "Estive pronto para deixar o futebol no Real Madrid"

Carlos Volcano
Danilo, capitão da Juventus, ainda no Real Madrid
Danilo, capitão da Juventus, ainda no Real MadridLaLiga
Danilo, capitão da Juventus, admite que pensou em reformar-se quando ainda estava no Real Madrid.

Danilo acabou por se tornar uma estrela no Manchester City e agora na Juventus.

"Durante a minha primeira época no Real Madrid, estava deprimido. Estava perdido, sentia-me inútil. Em campo, não conseguia fazer um passe de cinco metros. Fora do campo, era como se nem sequer me conseguisse mexer", admitiu o capitão da Juventus ao The Players' Tribune.

"A minha paixão pelo futebol desapareceu e eu não via saída. Queria voltar para a minha casa no Brasil e nunca mais jogar futebol. Não me via como o Baianinho, o filho do Baiano (é assim que chamam ao meu pai). Via-me como Danilo, a transferência de 31 milhões de euros, o defesa mais caro que o Real Madrid tinha comprado na altura", recordou.

"Quando jogámos contra o Alavés, alguns meses depois do início da época, Theo Hernández roubou-me a bola e cruzou para Deyverson marcar. Ganhámos 4-1 na mesma, mas foi um erro que não se pode cometer no Real Madrid. Nunca me vou esquecer de ir para casa nessa noite e não conseguir dormir. Escrevi no meu diário: 'Acho que está na altura de deixar o futebol'. Tinha 24 anos", recordou.

"Que parte de mim estava realmente a sentir a pressão? O gajo que tinha sido uma revelação como lateral direito no FC Porto? Ou o rapaz das Bicas que, de repente, assinou com a maior equipa do mundo? A resposta era clara. Tu serás sempre o rapaz do interior. Não disse a ninguém o que estava a sentir", prosseguiu.

"O Casemiro tentou ajudar-me, mas eu 'engoli o sapo', como se costuma dizer. E ele foi crescendo. Mas depois de alguns meses de sofrimento, comecei a consultar um psicólogo, que me salvou a carreira. A lição mais importante que me ensinou foi a de voltar a ver o jogo com os olhos de uma criança. Quando se joga futebol em criança, nunca se pensa demasiado, certo? O corpo e a mente estão em sincronia. Basicamente: não nos importamos se cometemos erros. Só se joga. De repente, deixei de me ver como Danilo, a transferência de 31 milhões de euros", explicou o brasileiro.

"Comecei a ver-me como o Danilo de Bicas, o rapaz que me trancava sempre o cacifo no América Mineiro porque eu guardava lá um rolo de papel higiénico como se fosse ouro", lembrou.