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Entrevista Flashscore a Albert Celades: "A ascensão do Girona é muito boa para a LaLiga"

Cesar Suarez
Albert Celades no seu tempo de treinador do Valência
Albert Celades no seu tempo de treinador do ValênciaProfimedia
Albert Celades partilhou alguns minutos de conversa com José Antonio Duro, do Flashscore, para falar da sua aventura nos Estados Unidos da América e dos seus projetos para o futuro, bem como para nos dar a conhecer a sua opinião sobre a nova fornada de treinadores espanhóis, como Míchel e García Pimienta, antigos companheiros de equipa nos seus tempos de jogador.

Antigo jogador do Barcelona e do Real Madrid, entre outras equipas, e antigo internacional espanhol, não precisa de grandes apresentações. Entre outras facetas, como treinador adjunto, ex-treinador da seleção sub-21 e ex-treinador do Valência durante a sua passagem pelo banco.

Foi assim que falámos com Celades no Flashscore.

- O que é que está a fazer agora? 

- Tento manter-me atualizado, vejo muito futebol, estou atento aos treinos, aos novos aspetos que vão surgindo no jogo.

- Está com saudades do banco?

- Depois de algum tempo afastado, estou ansioso por voltar a um projeto aliciante onde possa desenvolver uma ideia. Espero que isso aconteça em breve.

- Esteve nos Estados Unidos da América.

- Estive a viver lá durante alguns meses com a minha família e os meus filhos, é a segunda vez que o fazemos. Conheço o futebol de lá, reformei-me em 2009 no New York Red Bull. Vi a grande evolução, o nível da liga e da seleção nacional.

- Em que medida é que melhorou com a chegada de Messi?

- Melhorou muito. A evolução foi muito grande em todos os aspetos. Investiram dinheiro na formação, que é o que nos dá o futuro, que eles cheguem bem formados. No meu tempo, os jogadores vinham da universidade com pouca formação. É uma liga muito atrativa que acolhe muitos jogadores da América Central e do Sul e alguns europeus. Dá para combinar o estilo de vida americano com a liga, as equipas têm cidades desportivas importantes, muita afluência do público. Daqui, pode ser algo desprezada, mas quando se vai lá, vê-se a realidade.

- Se lhe dissessem que o futebol chegaria a este ponto lá e também na Arábia Saudita?

- São caminhos diferentes. O caminho americano é mais estável, a longo prazo, sem recorrer ao poder económico, mas a liga tem muitas restrições. Na Arábia tem um bom nível, mas são filosofias diferentes.

Os destaques de Albert Celades
Os destaques de Albert CeladesFlashscore

"É um prazer assistir aos jogos da liga espanhola"

- De volta ao seu país, o que é que lhe chama a atenção na Liga?

- Gosto da parte de cima, com o surgimento do Girona. É muito bom para a LaLiga, tem um nível magnífico, com equipas que jogam bem, com bons treinadores e individualidades. É um prazer assistir aos jogos da liga espanhola. Pensamos que os grandes fizeram muitos pontos, mas ali está o Girona, ainda por cima da forma como o fizeram.

- Há muitos da sua época no banco de suplentes da LaLiga.

- Temos uma boa relação com Míchel, somos da mesma família, jogámos juntos na seleção espanhola. Estou muito contente. É uma pessoa íntegra, honesta, com uma ideia de jogo que me agrada e estou muito contente com os seus êxitos. Há outros como Xavi. Também destacaria o que está a fazer García Pimienta, que foi meu colega de equipa, no Las Palmas. O que está a fazer com uma equipa recém-promovida, com a maioria dos jogadores que estavam na segunda divisão, e que estão a jogar na Europa e estão a jogar bem. O Girona e o Las Palmas são as equipas que mais valorizo.

- Foi treinador dos sub-21 de Espanha. Compreendes a dor de De la Fuente com a lesão de Gavi?

- É muito doloroso quando recebemos um jogador saudável e o devolvemos lesionado. É muito desagradável para o jogador, que sofre, mas também para o treinador. E para o clube. É uma situação indesejável.

-Do seu ponto de vista, com tantas lesões, como é que avalia a situação?

- O problema não é ir à seleção, é a carga de jogos, o calendário, as exigências. Eles estão nas melhores equipas, jogam de três em três dias, com uma exigência muito elevada. Esse número de lesões é causado pelo calendário, não por jogarem com a seleção nacional.

Isco na frente de Ledesma
Isco na frente de LedesmaAFP

- Ele não se lesionou, mas é um jogador que conhece muito bem: Isco.

- O Isco está a jogar a um nível incrível. Sabe-se do que ele é capaz. Tudo se resume a essa motivação. Chegou a uma equipa onde tem a confiança do treinador, onde se sente à vontade. Vejam como ele é bom: depois de uma paragem de seis ou sete meses, é difícil voltar a jogar a esse nível e ele conseguiu. É um jogador de topo, com um talento incrível.

- Se tivesse de escolher entre ser treinador e jogar, o que é que preferia?

- São situações das quais se desfruta muito. Ser futebolista é algo muito vocacional, desde criança, desde que começamos a andar. Ser jogador é como um sonho tornado realidade, que transforma um hobby numa profissão. Duvido que muitas crianças queiram ser treinadores, isso vem mais tarde.

- Depois do Valência, não treinou outra equipa.

- Era a altura da covid-19 e decidimos parar um pouco para ver se encontrávamos uma situação que nos servisse. Espero que seja em breve, porque quero liderar um grupo, desenvolver uma ideia de jogo.

-Muito obrigado por partilhar este tempo com o Flashscore.

- Muito bem, muito obrigado.