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Entrevista Flashscore a San José: "Com Vinicius, a necessidade de contratar Mbappé é menor"

Isidoro San José, nos seus tempos de jogador do Real Madrid
Isidoro San José, nos seus tempos de jogador do Real MadridReal Madrid CF
Isidoro San José foi jogador do Real Madrid nos anos 70 e 80, onde conquistou cinco títulos da La Liga, duas Taças do Rei e uma Taça da Liga. Também jogou pela Espanha no Campeonato do Mundo de 1978, na Argentina. Atualmente é Diretor Geral da Associação de Veteranos do Real Madrid. Recentemente partilhou alguns minutos de conversa com Flashscore e analisou a situação atual do clube.

- Como vê o Real Madrid neste momento?

- Vejo-os com muita admiração e penso que estão a atravessar uma série de problemas de lesões, que infelizmente acontecem no futebol, mas que este ano atingiram fortemente o Real Madrid. Mas o mais interessante é que o planeamento dos últimos anos para ter este plantel está a dar frutos. Estão a conseguir um desempenho que nem todos pensariam que pudesse acontecer. O Real Madrid está de parabéns pela composição de um plantel que, nos momentos difíceis, soube defender-se.

- Ancelotti é um desses treinadores que têm a reputação de serem bons técnicos, mas ele faz muito mais. Deu maturidade defensiva e futebolística a uma equipa....

- O Real Madrid ainda está no topo, está a competir com jogadores que, em teoria, tinham poucas hipóteses de jogar. Estes jogadores estão lá a dar o máximo, a jogar a um nível ótimo, respondendo a Ancelotti na medida em que a criação deste plantel, que também foi da responsabilidade do treinador, está a dar os frutos desejados. Há um pormenor que não me escapa, como antigo futebolista: os jogadores que não jogavam antes e que o faziam esporadicamente quando saem do campo abraçam Ancelotti. Isso é um sintoma de cumplicidade e de boa harmonia no clube.

- É altura de dar continuidade a Ancelotti?

- Sou daqueles que acham que quando as coisas funcionam não se deve mudar. Em termos de coletivo, de entidade, de grupo, todos estão muito harmoniosos e o Ancelotti é o grande responsável por isso. Se as coisas não correrem mal, independentemente dos resultados, o que não é fácil para ganhar títulos, penso que, se Ancelotti quiser, não terá qualquer problema em continuar no Real Madrid.

- Estamos a chegar ao fim de um jogador fantástico como Luka Modric, há também Kroos que ainda tem algum tempo de vida. Há jovens jogadores com muita qualidade, com o aparecimento do Bellingham... Como está a ser feita essa transição? Acha que o Bellingham pode ser esse líder tão rapidamente que pode assumir o comando?

- Acho que não há palavras suficientes. Os meus comentários seriam mais no sentido de reafirmar o que todos estão a ver em campo. Há jogadores jovens (Rodrygo, Vinicius, Camavinga) que se adaptaram muito bem ao estilo do Real Madrid. Isso, aliado à experiência de Modric, Kroos, Nacho, Carvajal ou Rüdiger, com a qualidade que todos têm, facilita os êxitos do Real Madrid.

"Com Vinicius, a necessidade de contratar Mbappé é menos importante"

- Como é que Mbappé se encaixaria nesse papel e nesse ecossistema futebolístico, caso chegasse?

- Qualquer jogador dessa envergadura seria bem-vindo em qualquer clube. Não sei se o Real Madrid ainda está a pensar nessa contratação. Há três anos, falava-se muito de Mbappé quando Vinicius ainda não tinha entrado na equipa com esta potência e qualidade. Quando Vinicius se estabeleceu, com as necessidades de Mbappé e com as dificuldades que uma contratação desta envergadura acarreta, penso que se torna menos importante ou premente. Mas não há dúvida de que jogadores desta qualidade seriam bem-vindos em qualquer lado.

- Acha que o Real Madrid tem condições para levar a cabo esta operação?

- Não é que essa necessidade não exista, para além de ser um grande jogador, é um produto financeiro, não me interpretem mal. Mas, para isso, tem de haver um mercado de trabalho. Vão ter de conjugar algumas circunstâncias, que o jogador queira vir, que o PSG não coloque nenhum obstáculo, e essas circunstâncias até agora não aconteceram todas no mesmo dia. Se acontecerem, sou daqueles que pensam que Mbappé pode trazer algo para Madrid.

- A grande notícia do final do ano é que os tribunais decidiram a favor da Superliga. Como é que vê isso, vê um futuro para a nova competição?

- Continuo a reconhecer a minha falta de informação sobre a evolução da Superliga e da próxima Liga dos Campeões, que também irá introduzir algumas alterações. A Superliga baseia-se em fundamentos, o que estamos a ver no futebol. As pessoas querem ver grandes jogos. Vamos aos estádios onde jogam as equipas da primeira divisão e a assistência é mínima. Qualquer grande jogo (Real Madrid-Barça, Real Madrid-Atleti, se o City ou o Arsenal vierem), é isso que as pessoas querem ver. Se for essa a base da Superliga, o sucesso está garantido. Também está a ser oferecida a possibilidade de não pagar para ver futebol, as pessoas não querem gastar dinheiro para ver um jogo por semana, se virem vinte bons jogos podem gastá-lo. A notícia é que o monopólio está finalmente a chegar ao fim e está a dar origem a outras opções e à necessidade de a UEFA e a FIFA se organizarem.