Guardia Civil garante que arbitragem espanhola foi irregular e parcial no caso Negreira
De acordo com o El Mundo, a Guardia Civil terminou o relatório solicitado pelo tribunal que investiga o "Caso Negreira" e conclui que, sob a direção de Victoriano Sánchez Arminio e do seu braço direito, José María Enríquez Negreira, a Comissão Técnica de Árbitros (CTA) teve um "funcionamento irregular" e que as suas decisões "nem sempre tiveram um apoio desportivo imparcial".
O referido jornal teve acesso exclusivo ao documento, que já se encontra na posse do Tribunal de Instrução número um de Barcelona, e que traça a saída maciça de dinheiro das contas de Negreira, a quem o Barcelona pagou mais de 8 milhões de euros ao longo de duas décadas por serviços que a Guardia Civil considera completamente falsos.
"Os seus serviços não têm qualquer suporte documental para além das faturas", concluem os investigadores, que não acreditam no álibi de qualquer tipo de trabalho real de consultoria.
O próprio Barcelona, de acordo com informações do El Mundo, foi forçado a admitir perante as autoridades fiscais a "impropriedade das despesas" e teve de pagar uma multa fiscal significativa por esse facto.
De acordo com a informação, o Barcelona "não forneceu a identidade dos profissionais que teriam prestado os serviços" pelas empresas de Negreira, nem entregou "cópias de vídeos, documentos ou relatórios em que se especifica o trabalho de consultoria específico".
Outro dos aspetos que chamam a atenção no referido relatório da Benemérita é o facto de Negreira, apesar de ter recebido uma quantia muito importante do clube azul e branco, "não ter registado um aumento do seu património" e de ter retirado os fundos dos bancos através de "cheques ao portador" e levantamentos em numerário que atingiram mais de meio milhão de euros.