Iniesta termina a carreira: "Todos marcámos o golo na final do Mundial"
Andrés Iniesta começou por recordar as suas origens em Fuentealbilla e o seu amor por dois clubes. "Gostaria muito que contássemos esta história, que começa em Fuentealbilla. Lembro-me dessa altura como um jogador muito feliz, naqueles campos de terra batida. Embora nunca tenha jogado profissionalmente pelo Alba, sempre tive duas equipas: o Alba e o Barça".
O antigo médio quis mostrar a sua gratidão à sua família: "A família sempre foi o meu motor e a minha força, onde sempre me apoiaram. Tenho a sorte de ter aqui muitas gerações desta grande família. A minha irmã, os meus pais foram tudo para mim, por tudo o que me deram e me transmitiram. Hoje tenho a minha grande família, com a Ana e os nossos seis filhos mais pequenos. Uma menção especial para o meu pai, que tem sido a minha inspiração".
E depois foi a vez de falar do Barça: "La Masia mudou-me para sempre, o melhor sítio onde podia estar para promover os valores que tinha de ter na vida. Gostaria de agradecer aos professores, aos meus colegas de equipa... um lugar que marcou a minha vida. Vir para o Barça era um sonho e concentrei-me em não me deixar desviar. Vim para o melhor sítio possível".
Iniesta explicou o que significava para ele vir para o Barcelona. "Ver o Camp Nou todas as tardes, todas as manhãs, desde a Masia e depois chegar lá com todos os jogadores como Puyol, Piqué, Rivaldo.... Um dia, com Luis Enrique, ele veio de carro, conhecia-me por ouvir dizer, mas eu desci com ele. Não abri a boca durante vários dias. Luis Enrique deu-me a assistência para o primeiro golo".
E recordou os anos dourados do clube: "Este período não faria sentido sem ter vivido a melhor época do meu clube, o Barça. Anos em que estivemos muito bem. Não era só jogar, mas como o fazíamos. Foi mágico e único. O que levo comigo é o que desfrutámos, os que estavam lá dentro e os nossos adeptos. É um momento que simboliza tudo para mim."
Espanha
Como não podia deixar de ser, Iniesta falou da sua carreira com a Espanha. "A minha outra pele é a seleção nacional. Se calhar, voltamos às últimas conquistas, mas para mim começa quando tinha 15 anos. Todas aquelas tardes de treino, os companheiros de equipa com quem cresci. Ainda assim... o meu percurso é um agradecimento a todas as pessoas que conheci. Tive o privilégio de estar na melhor época da seleção nacional".
O jogador nascido em Albacete não quis esquecer os três selecionadores que teve: "Uma menção especial a Luis Aragonés, Del Bosque e Lopetegui pelo respeito que tiveram por mim. Tudo se resume a uma fotografia, o golo do Mundial. Mas esse golo foi marcado por todos nós. Aqueles que lutaram, os adeptos, todos os jogadores. A magia de todos tornou-o possível. E a magia do Jarque, que nos ajudou de onde estava. É uma honra ter estado nesta fase."
Japão
O jogador também analisou a sua saída do Barcelona e a experiência asiática: "Em 2018 tomámos uma das decisões mais difíceis. Com um certo risco. Deixar o Barça para ir para o Japão. Depois destes cinco anos, foi uma experiência maravilhosa. Uma história bonita com um clube humilde, os seus dois primeiros títulos e fazer o clube crescer.Mas, a nível familiar, foi a história mais bonita que já tivemos. Vissel Kobe e o Japão acolheram-nos de uma forma incrível. Depois, esse período no Japão terminou e estávamos ansiosos por dar o próximo passo, querendo estar mais perto de Espanha. Fomos para os Emirados Árabes Unidos, jogámos mais um ano e pensámos no próximo passo."