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Javier Tebas: “Com a centralização dos direitos televisivos temos um produto melhor"

Javier Tebas, presidente da LaLiga
Javier Tebas, presidente da LaLigaLiga Portugal
Presidente da LaLiga deu o pontapé de saída ao 2.º dia de Thinking Football Summit com uma palestra focada na centralização de direitos audiovisuais e no combate à pirataria.

No regresso ao palco TFS do Thinking Football Summit, Javier Tebas, presidente da LaLiga, conversou com Pedro Pinto sobre diversos temas, destacando-se a centralização dos direitos audiovisuais. O líder das competições profissionais em Espanha defendeu que essa centralização é fundamental para o desenvolvimento das ligas, com especial impacto no crescimento dos clubes.

O futebol, e quase todos os grandes desportos, têm os direitos audiovisuais centralizados na organização que gere a competição. Isso terá uma razão de ser. Os portugueses não serão melhores por terem a venda desses direitos individualizados, quando o resto do mundo não o tem. Acima de tudo, é a eficiência que temos com a centralização. Temos um produto melhor, com mais qualidade e com maiores proveitos para os clubes, e não só os da primeira liga. Com boa organização, e no caso da LaLiga, o produto é melhor e mais bem distribuído. Isto é um negócio em que todos querem ganhar. O objetivo é que ganhemos todos”, começou por explicar, antes de abordar o processo em desenvolvimento em Portugal, explicando como foram ultrapassados alguns entraves em Espanha.

Em Portugal, há esta lei que diz que os direitos têm de ser centralizados antes de 2028. Isto permite haver um espaço, que é muito importante e que não aconteceu em Espanha ou em Itália, para estabelecer como é que vamos dividir os direitos audiovisuais pelos clubes. Porque esse é o maior problema. Em Espanha, quando falámos disto, ninguém queria. Estive quase um ano e meio a negociar com o Governo e os clubes estavam sempre a perguntar como é que íamos dividir. Eu disse-lhes sempre para não se preocuparem porque iam ficar incomodamente satisfeitos. Não confortáveis, mas satisfeitos. Isto significava que a divisão não seria má, talvez quisessem mais, mas nunca seria má. Mas é necessário, porque é muito difícil que consigas convencer todos os clubes sobre a distribuição. Há um clube que pensa que é melhor que o outro, é normal”, atirou o líder da LaLiga.

Aliado ao tema da centralização, a conversa seguiu para o tema da pirataria, que Javier Tebas considera ser um dos principais problemas da indústria do futebol.

O problema da pirataria já não é de crescer, é para não perdermos. Estamos numa época em que se não soubermos lutar corretamente contra a pirataria, não vamos crescer. Os direitos audiovisuais têm menos subscritores, porque vêm através da web ou de uma IP. Quando formos renovar os contratos, vão pagar menos. É mais um problema dos titulares dos direitos, não tanto dos operadores. A curto prazo sim, é dos operadores, porque compraram os direitos, mas quando o contrato terminar o problema passa a ser nosso, porque se a pirataria levou a uma redução de 10%, querem pagar menos 10%”, afinca, apontando a possíveis soluções.

Tecnologicamente, as grandes companhias e as empresas de hosting podem solucionar isto. Mas não querem. Ou enfrentamos todos os atores da pirataria com claridade, ou não o vamos resolver. Enquanto não formos conscientes desta totalidade de atores, que nos estão a roubar, não haverá solução. A pirataria, só no início desta temporada, aumentou 20%. Em Espanha, uma em cada três pessoas vê o futebol grátis, em Portugal é uma em cada dois”, disse.

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