Marcelino deixa claro aos adeptos: "Não me chamo Salvador nem o meu apelido é Milagres"
Marcelino García Toral voltou a sorrir depois de ter sido obrigado a deixar Marselha devido à pressão dos ultras. A eliminação na fase de apuramento para a Liga dos Campeões foi um revés para o clube francês, que esperava desfrutar da prestigiada competição. O clima mudou completamente depois disso, e o facto de ter tido apenas uma vitória nos quatro jogos que se seguiram também não ajudou muito.
"Não pensei que isto fosse acontecer há pouco tempo, mas a vida leva-nos a sítios onde fomos felizes. Passei quase quatro anos maravilhosos aqui, o que também é importante para mim. Vivemos momentos difíceis, no meu caso a nível pessoal, e tudo vem à memória. O Villarreal foi um ponto de viragem na nossa carreira profissional. É preciso estar sempre grato, pelo menos é o que eu penso", disse o treinador, sem conseguir conter as lágrimas.
Limpou os olhos e recordou o passado, referindo-se à sua partida. "Tenho certeza de que todos nós tivemos a nossa parcela de responsabilidade, que eu assumo", acrescentou o também antigo comandante do Athletic Bilbau, que também comentou que o tempo ajuda a concentrar a atenção no que é mais importante. Nesse sentido, o antigo treinador destacou o "tratamento" que recebeu nesse período (da época 2012/13 à 2015/16) e as "conquistas alcançadas".
Sem "varinha mágica"
"É um prazer estar de volta aqui e neste magnífico estádio. Espero corresponder às expetativas e à confiança. O desafio não é fácil, porque um treinador prefere sempre começar um projeto no início da época do que chegar ao longo da mesma, mas isto é futebol. Estamos absolutamente convencidos de que podemos inverter a situação para levar o clube ao lugar que lhe pertence", prosseguiu Marcelino, que deixou claro que acredita no plantel porque é "bom".
"Venho com a mesma humildade, paixão, ambição e entusiasmo que tinha a 13 de janeiro. É um número de sorte porque agora é a minha vez de chegar a 13 de novembro. Esperemos que seja o sinal, mas espero não perder o primeiro jogo por 5-0 como na altura. Também vos digo que sou Marcelino García, não me chamo Salvador, nem o meu apelido é Milagres. Vamos trabalhar com a mesma honestidade de sempre para tentar que todos nos divirtamos", disse, antes de esclarecer que não tem "nenhuma varinha mágica".