Mestre contra aprendiz: Rafa Benítez enfrenta Rubén Baraja no regresso ao Mestalla
El Pipo tem uma grande estima pelo treinador madrileno. Com ele elevou o seu nível como futebolista e ganhou títulos como a Liga espanhola. Com ele aprendeu a ser treinador. Quase duas décadas depois, em fevereiro passado, Rafa Benítez aprovou a aposta do Valência no seu antigo jogador, como ficou patente no vídeo que lhe enviou durante a apresentação, onde mostrou confiança de que Baraja seria capaz de salvar a equipa che da despromoção.
Agora, porém, é o próprio Rafa Benítez que está em apuros. Rubén Baraja certamente gostaria de dar uma ajuda ao seu mestre... mas noutra altura.
O que é certo é que a influência do treinador do Celta no jogo do Valência é notória. A equipa dos portugueses Thierry Correia e André Almeida procura ser um conjunto equilibrado, fecha os espaços interiores e pressiona com as linhas muito juntas para tentar reduzir ao máximo o campo de jogo dos rivais, num estilo muito próximo ao de Benítez.
"Para Baraja, Benítez é um ponto de referência", reconhece Juan Sánchez, antigo jogador de ambas as equipas, acrescentando: "Nós, que vivemos esse período, sabemos que o Rafa foi muito valioso para nos tornar melhores futebolistas, tanto a nível individual como coletivo. Daí resultaram muitos êxitos. O Baraja, na sua carreira de treinador, sempre exprimiu a ideia de Benítez de que as suas equipas deviam ser muito trabalhadoras defensivamente, que as linhas deviam ser apertadas e sem falhas, e depois tentar sair rápido no contra-ataque com jogadores por fora".
Valência agradecido
A memória deixada por Rafa Benítez vai muito além dos dois títulos de campeão e da Taça UEFA. Por isso, tal como aconteceu em 2016, quando treinou o Real Madrid, o técnico espanhol voltará a ser bem recebido no Mestalla.
"Deste-nos os melhores anos das nossas vidas. Obrigado", dizia uma faixa. Infelizmente para o próprio Benítez, esse foi um jogo que ficou marcado como o último no banco dos merengues, pois viria a ser despedido logo a seguir.
Um cenário negativo, mas que até pode voltar a repetir-se, tendo em conta que o Celta ganhou apenas um jogo dos últimos 13.
No Mestalla, Rafa Benítez será aplaudido e ovacionado, mas o que o treinador realmente espera é que, no final dos 90 minutos, seja ele a aplaudir os seus jogadores, mesmo que tal aconteça à custa da derrota do seu pupilo e amigo Rubén Baraja.