Mohamed-Ali Cho quer relançar a carreira no Nice depois do fracasso na Real Sociedad
A sua saída da Real Sociedad não era esperada, mas acabou por não ser uma surpresa. 18 meses depois de ter chegado a San Sebastián, Mohamed-Ali Cho deixou o clube sem alarido. O extremo fechou o seu parêntesis basco e trocou a Playa de la Concha pela Riviera. A sua passagem pelos Txuri-urdin foi um fracasso, mas um fracasso que deve ser relativizado.
Concorrência e lesões
A Real ganhou a corrida a todos clubes franceses interessados, a começar pelo Olympique de Marselha, mas, para um jogador de apenas 18 anos, o exílio era um risco considerável, mesmo que a sua família o tenha seguido depois de ver que o ambiente era propício ao seu desenvolvimento.
"Os meus pais vieram durante a época, quando eu jogava no Angers", explica o jogador nas colunas do Noticias de Gipuzkoa. "Vieram visitar as instalações e pessoas do clube também vieram a França para nos conhecer. Tudo se encaixou naturalmente", recorda.
Embora a Real tivesse apostado 11 milhões de euros nele e houvesse expectativas reais em Anoeta, a presença de Take Kubo, um jogador canhoto colocado à direita como ele, e Ander Barrenetxea, bem como as lesões, dificultaram a sua adaptação de outubro de 2023 a fevereiro de 2023, apesar de ter sido titular três vezes nos primeiros seis jogos da LaLiga (com assistências contra o Atlético e o Getafe).
Cho foi posto à prova. Numa equipa que funcionou muito bem sem ele, o antigo jogador do Angers não conseguiu convencer Imanol Alguacil a longo prazo. Na primeira volta, só foi titular uma vez, na vitória por 1-0 em Valência. Na Liga dos Campeões, jogou na frente durante 90 minutos contra o RB Salzburgo (0-0), mas o seu clube já estava qualificado para os oitavos de final. Apesar de a Real estar a jogar nas três frentes (qualificou-se para os quartos de final da Taça do Rei na terça-feira), o seu futuro era sombrio. O regresso a França era a melhor solução.
Versatilidade adequada
A sua reputação não esmoreceu em França e o Nice ganhou a licitação por 10 milhões de euros. Com um contrato de quatro anos e meio, Cho tem uma ligação longa com o clube. Mas também aqui a concorrência é grande. Enquanto Jérémie Boga está atualmente na CAN, o jogador da seleção sub-21 francesa (7 jogos) tem de enfrentar a presença de Gaëtan Laborde, Badredine Bouanani e até mesmo Terem Moffi nas alas.
Aos 20 anos, o extremo tem ainda muito potencial. Já experiente para a sua idade, com quase 100 jogos como profissional, Cho está de volta à Ligue 1, desta vez num clube de primeira divisão. Depois de entrar em campo contra o Rennes na Ligue 1 (2-0) e contra o Bordéus na Taça de França (3-2, com uma assistência), espera que a sua passagem pelo País Basco tenha acelerado a sua aprendizagem.
"Descobri a LaLiga e a Liga dos Campeões, mas mesmo que tudo tenha acontecido muito rapidamente, a minha carreira está apenas a começar. Quero exprimir as minhas qualidades, continuar a progredir e afirmar-me. Estou convencido de que a chegada ao OGC Nice me permitirá fazer isso", disse.
Capaz de jogar em qualquer um dos lados do campo, como segundo avançado ou até mesmo sozinho na frente de ataque, Cho tem a versatilidade necessária para dar uma contribuição duradoura à equipe de Francesco Farioli e ajudar à classificação do clube para a Liga dos Campeões da próxima temporada.