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O mercado brasileiro, um fardo para o Barça: de Keirrison a Roque, passando por Coutinho

Daniel Núñez
Vítor Roque de braços cruzados no Joan Gamper.
Vítor Roque de braços cruzados no Joan Gamper.ERIC ALONSO / GETTY IMAGES EUROPE / Getty Images via AFP
O conjunto blaugrana contratou o ex-jogador do Athletico Paranaense por 30 milhões de euros e, poucos meses depois, já o emprestaram ao Real Betis. Embora ainda possa ter sucesso como Culé no futuro, de momento faz parte desta lista negra.

Para entender a relação entre o Barcelona e o mercado brasileiro, é preciso citar um nome: André Cury. É o agente que ajudou Neymar Júnior a juntar-se ao emblema da Catalunha... e o mesmo que mais tarde fez pressão para que ele fosse para o Paris Saint-Germain. Para além do melhor marcador de sempre da canarinha, já tinha começado a ter influência muito antes, com algumas jogadas que ainda hoje perduram no imaginário dos adeptos Culé, e não propriamente por ter brilhado em campo.

Se nos centrarmos no século atual, há um jogador que se destaca dos demais: Ronaldinho Gaúcho, que marcou uma época e deixou exibições de sonho - ao ponto de ser aplaudido no próprio Santiago Bernabéu. Os tempos eram outros, claro, e o seu período de glória foi algo efémero. A promoção de Pep Guardiola à equipa principal fez com que, já longe do seu melhor, tivesse de procurar um novo destino.

Naquela época, o já citado Cury ainda era uma figura desconhecida no ambiente do Barça. Tudo começou na época 2008/09 com Dani Alves, que já tinha atuado a um nível elevado no Sevilha, e um tal Henrique Adriano sem qualquer experiência no futebol europeu. O primeiro custou 35,5 milhões de euros, quatro vezes mais do que o segundo, mas a diferença em termos de rentabilidade foi abismal e a mera comparação é ridícula.

"Zubi, quem é o Douglas?"

Um ano depois, em circunstâncias semelhantes às de Henrique, outro jogador sem rota no velho continente chegou por 14 milhões, Keirrison. O mais curioso neste caso é que nunca se estreou, pelo que a operação foi particularmente deficitária, bem ao contrário da do extremo Adriano, também do plantel do Nervión. Este último mais do que justificou os milhões investidos ao disputar quase 200 jogos.

Coutinho, que até marcou dois golos nesse trágico 2-8 durante o seu período de empréstimo ao Bayern de Munique, custou entre 135 e 145 milhões e saiu pela porta das traseiras, sem glória e por apenas 20 milhões. Foi, de longe, o pior investimento de todos os referidos. Este valor de três dígitos está muito longe dos 40 milhões de Paulinho ou dos 41 milhões de Malcolm, que pelo menos deixaram quase tanto dinheiro nos cofres quando saíram.

Douglas, acompanhado por Andoni Zubizarreta (então diretor desportivo) e Jordi Mestre (ex-vice-presidente).
Douglas, acompanhado por Andoni Zubizarreta (então diretor desportivo) e Jordi Mestre (ex-vice-presidente).JOSEP LAGO / AFP

O último capítulo tem como protagonista Vítor Roque, uma história com final desconhecido porque vai regressar ao Barcelona, mas ainda há mais alguns episódios para rever - alguns deixaram lucros e outros foram protagonistas de vários tiros ao lado. São eles: Marlon Santos (cerca de 6M€), Arthur Melo (31M€), Emerson Royal (14M€), Matheus Fernandes (7M€), Douglas Pereira (4M€), Gustavo Maia (4,5M€) e Raphinha Dias (58M€).