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Valência vence a batalha do Mestalla com o Real Madrid e agarra-se à manutenção (1-0)

César Suárez
Diego Lopez comemora o golo da vitória do Valência
Diego Lopez comemora o golo da vitória do ValênciaAFP
O Valência está praticamente salvo da descida de divisão, depois de ter vencido o Real Madrid num jogo muito disputado, que se prolongou por mais de 15 minutos após insultos racistas contra Vinicius e depois de o brasileiro ter sido expulso por agressão a Hugo Duro, após provocação de Mamardashvili. O golo de Diego López, na primeira parte, foi suficiente para os homens de Baraja sonharem com a salvação no centenário do Mestalla.

Selar a permanência, festejar o centenário do Mestalla e, ao mesmo tempo, cutucar a ferida do Real Madrid, inimigo número 1 do valencianismo desde os tempos de Mijatovic. Não havia maior motivação do que estas três para que o Valência saísse em busca de um golo.

E, apesar de os homens de Ancelotti terem arrefecido o ímpeto de correr atrás da bola, notava-se que os Ché tinham um pouco mais de tudo. O primeiro remate perigoso foi do português André Almeida, por exemplo, aos 25 minutos. Benzema testou Mamardashvili aos 31 minutos. Era um Real Madrid "novo", sem profundidade no meio-campo com Tchouaméni, Camavinga e Ceballos.

O Valência, pelo contrário, tinha verticalidade, sobretudo nas alas, com Gayà, e emoção com Nico, Guerra e Diego López. Este último, precisamente, mostrou a sua maior ambição ao adiantar-se a Mendy para finalizar uma bola perdida que converteu, para fazer o 1-0. Os conceitos defensivos do francês eram horríveis e a fome do jogador da casa era ainda maior.

Notas dos jogadores
Notas dos jogadoresFlashscore

A reação do Real Madrid era previsível, embora sem ordem nem harmonia. O jogo entrou em parafuso e quem esteve mais perto de marcar foi, mais uma vez, Diego López, mas foi impedido pelo gigante belga. Ancelotti decidiu que era altura de fazer entrar Kroos e Modric e o Real Madrid começou a aproximar-se da baliza valenciana.

Insultos a Vinícius

A tensão aumentava e mais ainda quando Comert, com duas bolas no relvado, acertou numa delas para impedir uma corrida de Vinicius. De Burgos Bengoetxea não se apercebeu e teve de ser advertido pelo comportamento anti-desportivo do defesa central dos homens da casa.

E enquanto ele estava a tratar do assunto, Vinícius começou a ser insultado, alegadamente com cânticos racistas. O brasileiro seguiu os hooligan, a polícia chegou ao local e o jogo foi interrompido durante mais de cinco minutos. "Não quero jogar mais", lia-se nos lábios de Vini.

Vinicius apontou para o adepto que o insultou
Vinicius apontou para o adepto que o insultouAFP

17 minutos de prolongamento

Quando o jogo recomeçou, o Real Madrid continuou a pressionar o Valência. A equipa de Baraja viu um golo anulado por fora de jogo claro de Kluivert no contra-ataque. Mamardashvili negou o golo a Rodrygo, Valverde e Kroos, e depois recorreu a Vinicius. O brasileiro, longe de sair da baliza, agrediu Hugo Duro, foi expulso e saiu com gestos de "Segunda (Divisão)", o que voltou a provocar uma confusão de dimensões consideráveis.

Com os batimentos cardíacos acelerados, com os Ché em angústia, Mamardashvili voltou a fazer uma grande defesa para negar o golo do empate a Benzema. Após 17 minutos de descontos, o Valencia finalmente conseguiu conquistar a vitória mais difícil nos 100 anos de existência do Mestalla.

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