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Vinicius Júnior usa o futebol para estimular as mentes dos jovens brasileiros

AFP
Vinicius Junior é idolatrado no Brasil
Vinicius Junior é idolatrado no BrasilAFP
Numa escola primária no Brasil, os alunos são estimulados a atingir o sucesso escolar em salas de aula que se assemelham a campos de futebol, com um avatar virtual inspirado na estrela Vinicius Júnior a aplaudir cada resposta correta.

Empoleirados em almofadas com padrões de futebol no chão da sala de aula de relva artificial, aprendem em tablets e smartphones usando uma aplicação criada pelo Instituto Vini Jr, iniciado pelo jogador do Real Madrid para melhorar o ensino público em comunidades desfavorecidas.

"Eu aprendo melhor quando uso a aplicação, é mais fácil, parece um jogo", disse Ana Clara da Silva, de 11 anos, à AFP em São Gonçalo, cidade natal de Vinicius, nos arredores do Rio de Janeiro.

Ana Clara frequenta a escola municipal Visconde de Sepetiba, uma das dez em quatro estados brasileiros que receberam ajuda educacional do instituto.

Cerca de 4.500 alunos e 500 professores foram beneficiados pelo projeto, lançado em 2021. Até ao final deste ano, espera-se chegar a 30 escolas.

Sem a intenção de substituir os professores, a aplicação foi concebida como uma ajuda.

Cada aluno tem uma conta pessoal, onde os seus progressos são registados à medida que respondem a perguntas apresentadas de forma lúdica, inspiradas no futebol, sobre temas como a matemática, o português ou as ciências.

No formato típico dos jogos, cada ano letivo é apresentado como uma "época" e cada disciplina como um "jogo", enquanto o avatar "Vinizinho Jr" celebra cada resposta correta como se fosse um golo.

Estatísticas mais recentes de Vinicius na LaLiga
Estatísticas mais recentes de Vinicius na LaLigaFlashscore

O poder do futebol

"Usamos o poder do futebol, o seu carácter lúdico" para inspirar as crianças a aprender, disse à AFP o diretor executivo do Instituto Vini Jr, Victor Oliveira.

"Tudo o que aprendemos, colocamos em prática na aplicação. Isso ajuda-nos a aprender porque estamos conetados aos nossos telefones, mas não desconetados dos nossos estudos", disse Yuri Rodrigues, de 11 anos.

O instituto, inicialmente financiado exclusivamente por Vinicius, mas que agora conta com outros patrocinadores, também tem como objetivo combater o flagelo do racismo num país onde mais de metade da população é negra ou mestiça. Lançou um manual de formação antirracismo e, no último ano, deu aulas sobre o assunto para cerca de 80 professores.

Trata-se de um tema importante para o avançado brasileiro, que já foi vítima de vários casos de discriminação em Espanha.

"Ele é muito importante para todos nós. Ainda bem que ele nunca desiste. E como a sua voz chega a um grande público, ele pode lutar por nós", disse a jovem Ana Clara.

Em outubro, Vinicius recebeu o Prémio Sócrates pelo seu trabalho de caridade nos prémios anuais de futebol da Bola de Ouro. No mês passado, o jogador de 23 anos foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da UNESCO, apenas o segundo jogador de futebol brasileiro a receber a honra, depois de Pelé.