Na semana passada, surgiram notícias de que estavam em curso conversações entre o atual acionista maioritário do clube, o empresário Pierre Ferracci, e a família Arnault, proprietária do conglomerado de bens de luxo LVMH. Espera-se que a Red Bull adquira uma participação minoritária. A aquisição poderá mudar completamente o panorama do futebol em França, onde a liga nacional tem sido dominada pelo Paris Saint-Germain desde a sua aquisição pela Qatar Sports Investments em 2011.
Poderá também resultar no facto de Paris voltar a ter duas equipas na primeira divisão pela primeira vez em mais de três décadas, desde que o Racing Paris foi despromovido em 1990. Isto criou um forte contraste futebolístico entre Paris e outras grandes cidades europeias, nomeadamente Londres, que tem sete clubes na Premier League esta época.
Nem o Paris FC nem a família Arnault se pronunciaram quando contactados pela AFP na semana passada, mas uma fonte próxima das conversações indicou que seria feita uma declaração nos próximos dias. A mesma fonte disse que a família Arnault - com o diretor executivo da LVMH, Bernard, e os seus cinco filhos, os mais ricos de França - iria adquirir uma participação maioritária de 55% e a Red Bull 15% do clube. Os restantes 30% permaneceriam nas mãos de Ferracci e passariam para a família Arnault em 2027.
História do clube
O Paris FC está intimamente ligado ao Paris Saint-Germain. Foi fundado em 1969 e rapidamente se fundiu com uma equipa suburbana do Saint-Germain para formar o PSG. Em 1972, deu-se uma cisão. O Paris FC foi despromovido da primeira divisão em 1974 e, desde então, só jogou uma época ao mais alto nível, em 1978/79. Só na última década é que voltou a ser um clube regular na Ligue 2 e, atualmente, está no topo.
A escala de investimento não é nem de perto nem de longe tão grande como a do PSG, mas mesmo assim o Paris FC gastou mais de um milhão de euros no avançado Jean-Philippe Krasso, proveniente do Estrela Vermelha de Belgrado, antes desta época. Também contratou o antigo médio do Marselha, Maxime Lopez, que jogou na Série A pela Fiorentina na época passada, mas parece improvável que invista imediatamente grandes somas no mercado de transferências. "Ao contrário do que ouvi dizer, não temos qualquer intenção de fazer grandes investimentos em janeiro", afirmou o diretor desportivo François Ferracci ao Le Parisien.
Poucos adeptos
Enquanto o PSG atrai mais de 45.000 adeptos ao Parc des Princes e está a pensar em construir um estádio maior, os últimos jogos do Paris FC em casa têm atraído menos de 6.000 espectadores em média. Isto apesar do facto de os jogos no Stade Charlety, um estádio com capacidade para 20.000 pessoas no sul de Paris, serem gratuitos. "Se conseguíssemos 10 a 15 mil adeptos em cada jogo em casa, isso seria fantástico", disse o treinador da equipa, Stephane Gilli, numa entrevista publicada pelo clube.