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Ligue 1: Derrota com o PSG prova que o Marselha ainda está longe de competir pelo título

Eliott Lafleur
Roberto De Zerbi e os seus jogadores no domingo à noite
Roberto De Zerbi e os seus jogadores no domingo à noiteCHRISTOPHE SIMON/AFP
E, no final, é o Paris SG que vence. No domingo, o Marselha acreditou que podia vencer, como muitas vezes faz, mas o PSG impôs a sua clara superioridade, como quase sempre faz, reduzindo a equipa de Roberto De Zerbi ao estatuto de mero candidato à Europa, com um valor incerto e um projeto coletivo que ainda está na sua infância.

Um plantel imperfeito

O recorde de público foi batido no domingo no Stade Velodrome, com 66.115 espectadores. Mas já havia muito menos ao intervalo, quando o PSG já vencia por 0-3, e quase metade ao apito final.

O Marselha já tinha visto o suficiente e tem estado a ver o mesmo filme desde 2011, com apenas uma vitória no Velodrome contra o velho rival Paris SG, na Taça de França, há um ano e meio. Desde a chegada do Catar ao PSG, o Classique tornou-se um produto do imaginário e a rivalidade entre os dois clubes joga-se mais nas bancadas do que no relvado.

Nesta temporada, no entanto, um certo entusiasmo foi gerado em Marselha com a chegada de alguns nomes de dar água na boca, como Adrien Rabiot, Mason Greenwood, Pierre-Emile Hojbjerg e Roberto De Zerbi.

Mas essas e outras foram reduzidas no domingo contra o Paris SG, cuja equipa pode ter brilhado um pouco menos que anteriores, mas foi superior em todos os aspetos. Greenwood, que saiu ao intervalo, esteve totalmente ausente do jogo, Rabiot correu muito e ainda não parecia pronto e Elye Wahi foi devorado pelos defesas parisienses.

Já a defesa do Marselha, mais uma vez completamente remodelada por De Zerbi, que parece ter pouca confiança em alguns dos seus defesas, naufragou, assim como o capitão Leonardo Balerdi, que marcou um inexplicável autogolo.

De Zerbi entre a espada e a parede

A derrota de domingo foi também, naturalmente, a de De Zerbi, que se mostrou desiludido e zangado após o jogo. "Não era o jogo que tínhamos em mente e isso é um problema. Podemos perder, mas quando se veste a camisola do Marselha, não se pode jogar sem personalidade ou coragem. Isso vale tanto para o treinador quanto para os jogadores", disse o italiano.

Mas o novo técnico do Marselha está, na verdade, entre duas posições que às vezes são difíceis de conciliar. Desde a sua chegada, vem repetindo que o projeto está apenas a começar, que deve ser construído ao longo de várias temporadas e que uma equipa que terminou em 8.º no último campeonato não pode ser transformada numa séria candidata ao título num estalar de dedos. "Nascemos há três meses", voltou a dizer na sexta-feira.

As estatísticas da partida
As estatísticas da partidaOpta by Stats Perform

Mas é também ele quem insiste que o Marselha deve jogar todos os jogos para ganhar, e com estilo.

"Somos o Marselha. Temos de jogar para ganhar, para ter a bola. Não vai ser fácil contra o campeão francês. Mas temos de ter a ambição de sermos protagonistas, caso contrário teremos de mudar de equipa", afirmou na sexta-feira.

A sua equipa, que continua em terceiro lugar no campeonato, foi mais espectadora do que jogadora, mas não respondeu ao seu apelo, e o italiano tem muito trabalho pela frente.

Árbitros implacáveis

Se o Marselha tem uma desculpa, é a arbitragem, com uma série de decisões desde o início da temporada que claramente não foram a seu favor.

No domingo, o Paris SG já vencia por 0-1 quando Amine Harit foi expulso e os primeiros 20 minutos da partida já haviam deixado claro que havia uma diferença de classe entre as duas equipas, mas a dura decisão de François Letexier de expulsar o marroquino por uma jogada mal controlada sobre Marquinhos acabou com o jogo.

O vermelho foi o quarto para o Marselha em apenas nove jogos do campeonato e todos foram questionáveis em diferentes níveis. O presidente Pablo Longoria e o seu conselheiro Medhi Benatia já foram suspensos por reclamarem dos árbitros. Entre suspensões e jogos disputados com 10 homens,o Marselha não está a facilitar a própria vida.