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Marcelino e a revolução em curso no Marselha à medida que a nova época se aproxima

AFP, Flashscore
Marcelino na sua apresentação, a 4 de julho
Marcelino na sua apresentação, a 4 de julhoAFP
Jorge Sampaoli durou 18 meses no cargo e Igor Tudor menos de um ano. Agora é a vez do experiente Marcelino assumir o comando do Marselha, que foi remodelado num mercado bastante promissor, com o objetivo imediato de chegar às fases pré-eliminares da Liga dos Campeões.

"A transição terá de ser muito rápida, porque temos uma competição, e não menos importante, a aproximar-se muito rapidamente". Na conferência de imprensa de apresentação, no início de julho, o treinador espanhol já tinha lançado as bases do problema: o Marselha ia mudar muito e teria muito pouco tempo para o fazer.

De facto, Tudor deixou o clube após apenas uma temporada, que terminou quase tão desgastada como a dos seus jogadores, depois de dez meses de pressão constante, corridas de alta intensidade e uma gestão rígida. Apesar de um final de época difícil, o Marselha não foi derrotado, mas foi privado do segundo lugar que o qualificaria diretamente para a Liga dos Campeões devido à época excecional do Lens.

Marcelino tem, portanto, de enfrentar uma fase pré-eliminar, a 8 ou 9 e 15 de agosto, contra o Panathinaikos, da Grécia, que eliminou o Dnipro da Ucrânia na terça-feira, seguida de um eventual play-off, antes de poder esperar levar o clube francês de volta à fase de grupos da Liga dos Campeões, um objetivo tão importante do ponto de vista financeiro como desportivo.

Acima de tudo, o experiente treinador espanhol, que passou pelo Sevilha, Valência e Villarreal, pretende fazer as coisas à sua maneira, ou seja, muito diferente do antecessor. "Vimos alguns jogos da época passada. É bem diferente do que queremos fazer, principalmente na defesa", disse.

As histórias de sucesso de Aubameyang e Sarr

Mas há muito trabalho a ser feito. A defesa foi aumentada de três para quatro, a marcação individual desapareceu e Marcelino admitiu que "nunca se afastará" do 4-4-2, um sistema que dá grande importância ao jogo pelos flancos, enquanto o 3-4-2-1 de Tudor se baseava no centro do campo.

Essa mudança radical de estilo colocou ainda mais pressão sobre o período de mercado, que já é tradicionalmente turbulento em Marselha. O presidente Pablo Longoria, responsável pelo projeto juntamente com o diretor de futebol Javier Ribalta, falou de um "setor ofensivo a ser reconstruído", e Marcelino admitiu que esperava "algumas mudanças" e "perfis diferentes".

O início da época foi marcado pela chegada de Geoffrey Kondogbia, que já tinha sido orientado por Marcelino no Valência, e do lateral brasileiro Renan Lodi, que, tal como Kondogbia, chegou do Atlético de Madrid.

Acima de tudo, o Marselha conseguiu duas grandes conquistas ao contratar o avançado do Chelsea Pierre-Emerick Aubameyang, que chegou a custo, e o extremo senegalês Ismaïla Sarr, do Watford, antes de finalizar a transferência de outro avançado senegalês, Iliman Ndiaye, que passou pela academia do Marselha e é adepto assumido do clube, proveniente do Sheffield United, na terça-feira.

"Vamos correr alguns riscos para dar ao treinador e aos adeptos o melhor plantel possível", prometeu Longoria no início da janela de transferências.

Por outro lado, o destino de Alexis Sánchez, a principal ameaça ofensiva da última temporada, ainda é incerto, pois ele ainda não fez a sua escolha, apesar de o seu contrato com o clube ter acabado.

Mas os franceses estão a ficar sem tempo. Marcelino, que forma um trio de dirigentes 100% espanhóis com Ribalta e Longoria, amigo de longa data, tem dado desde a sua chegada a imagem de um treinador sereno e habituado a trabalhar em zonas de grande pressão. Agora vai ter de o provar.