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Mbappé, PSG e Real Madrid: o triângulo amoroso em toda a sua glória

Kylian Mbappé com a camisola do PSG, esta semana, nos treinos
Kylian Mbappé com a camisola do PSG, esta semana, nos treinosProfimedia
Mbappé não sai de cena. Enquanto os seus companheiros de equipa partem para a Ásia para uma digressão pelo Japão e pela Coreia do Sul, Kylian Mbappé está de castigo. O PSG pretende pressionar o avançado, que se recusa a exercer a opção de jogar uma terceira temporada com o atual campeão francês. O Real Madrid é o destino de sonho, mas será que o clube merengue se pode dar ao luxo de o trazer este verão, sobretudo depois do falso arranque de há dois anos?

Se, há poucos meses, nos tivessem dito que Neymar seria o único sobrevivente do "MNM", não teríamos acreditado. Internamente, o brasileiro estava debaixo de fogo e Kylian Mbappé usava a sua influência para o expulsar do PSG, sem sucesso.

Passou uma época. Lionel Messi não ativou o seu terceiro ano de contrato, Neymar continua lá e é Mbappé que está perto da saída. Quando Luis Enrique foi apresentado, Nasser Al-Khelaïfi foi firme nos elogios ao melhor marcador de sempre do PSG. Mas havia um abismo entre as palavras e os atos que o presidente do clube teve dificuldade em ultrapassar.

A reação negativa

No entanto, na véspera da partida para a digressão pelo Japão e Coreia do Sul, Nasser Al-Khelaïfi disse ao Mbappé que ia ficar em Paris. Enquanto o jogador tem até 31 de julho para validar a cláusula que ativa o seu terceiro ano de contrato, o clube decidiu pressionar, mesmo que isso signifique privar-se da sua figura de proa, uma das razões desta digressão, que tem tanto de preparatória como de promocional, para aumentar as suas receitas.

Será que a soma de todas as polémicas que Mbappé acumulou ao longo das últimas épocas finalmente cansou a direção parisiense? Sem a ativação desta cláusula, o avançado será livre de assinar com quem quiser a partir de janeiro de 2024. Corre, portanto, o risco de sair a custo zero. Uma humilhação para o PSG, que fez um grande esforço para evitar que Mbappé se juntasse ao Real Madrid há dois anos. O seu fabuloso contrato é o único do género no mundo (antes da Arábia Saudita se envolver). Mas a direção, liderada por Al-Khelaïfi, sentiu-se traída pelo capitão da seleção francesa e pela sua comitiva.

Por isso, concordaram com a saída de Mbappé, mas apenas se o PSG recebesse uma indemnização de cerca de 200 milhões de euros. Mesmo que o jogador queira sair, isso não significa que será vendido. Se isso não acontecer, será que Nasser Al-Khelaïfi vai chegar ao ponto de afastar Mbappé durante toda a época? A hipótese já não é de ficção científica, mas torna-se plausível após esta reviravolta sem precedentes.

Mbappé dependente do Real Madrid ou vice-versa?

Kylian Mbappé e Real Madrid: o romance está bem estabelecido. Mas não é uma linha reta. Ao rejeitar os Vikingos, KMB cometeu um crime de lesa-majestade. Florentino Pérez coloca o seu clube no topo de tudo e ninguém tem o direito de o utilizar para os seus próprios fins. Basta ver a forma como Sergio Ramos foi tratado depois de quase ter assinado pelo Manchester United, antes de mudar de ideias e prolongar o seu contrato.

"Hala Madrid y nada más": o lema exprime-o claramente, nada está acima do Real Madrid. Será que esta afronta vai ter consequências? Florentino Pérez estava, possivelmente, a contar com a chegada de Mbappé em 2024, ou seja, sem pagar uma taxa de transferência ao PSG, que não estará a fazer favores a ninguém. Nesse caso, seria necessário acrescentar 200 milhões de euros à fatura total.

Se considerarmos os valores do contrato assinado em 2022 para prolongar a sua estadia no PSG, isso significaria um gasto total de 836 milhões de euros (180 milhões de euros de bónus de assinatura, 72 milhões de euros por época, incluindo o ano opcional, e 240 milhões de euros em bónus adicionais, incluindo o bónus de fidelidade). As somas envolvidas são colossais e o Real Madrid não poderá assumir financeiramente tal risco, mesmo que a fatura baixasse ou que fossem acionadas alavancas económicas, nomeadamente em matéria de direitos de imagem.

Mbappé e Neymar em treino
Mbappé e Neymar em treinoAFP

É preciso também ter em conta que o Santiago-Bernabéu ainda não está totalmente concluído e que o estádio de 85.000 lugares não será imediatamente 100% rentável (terá de esperar até ao início de 2024). Para Pérez, esta renovação é o seu legado mais importante. De acordo com a Reuters, o custo total é de 800 milhões de euros e, embora as receitas anuais possam atingir 400 milhões de euros por época, esta despesa não será feita por capricho e sem garantias.

Este triângulo amoroso tem sido notícia há meses e não vai parar. Mas será que há um vencedor? A imagem de Mbappé ficou manchada, tal como a do PSG, que utilizou uma tática de pressão raramente vista para um jogador deste calibre, tanto mais que o clube lhe concedeu inúmeras vantagens, para não dizer privilégios.

Quanto ao Real Madrid, será que a chegada inesperada do francês será bem recebida pela equipa, a começar por Vinicius Jr., que fez uma época notável na esquerda merengue? Mbappé pode ser o que é, mas a sua personalidade e o seu contrato estão a ocupar espaço. Mesmo assim, nada garante que o comboio merengue passe por ele uma segunda vez.