Mohamed, avançado do Nantes, multado por se recusar a usar a camisola arco-íris
O clube declarou que Mohamed seria "punido financeiramente" por "se ter recusado a jogar contra o Toulouse por razões pessoais, numa altura em que o FC Nantes luta para evitar a despromoção". O Nantes acrescentou que o dinheiro seria doado a uma instituição de caridade que apoia membros da comunidade LGBTQ vítimas de discriminação.
Os números nas camisolas de todos os jogadores das duas primeiras divisões francesas, bem como as braçadeiras usadas pelos capitães e dirigentes, têm as cores do arco-íris, numa campanha da Liga francesa contra a homofobia.
As camisolas com as cores do arco-íris serão vendidas em leilão e as receitas reverterão a favor de três instituições de caridade activas na luta contra a discriminação LGBTQ.
O internacional egípcio Mohamed recusou-se a participar no empate 0-0 da sua equipa com o Toulouse para evitar ser associado à campanha, apesar de o Nantes precisar desesperadamente de pontos para sair da zona de despromoção.
Mohamed, de 25 anos, que é muçulmano, explicou a sua decisão de não jogar numa publicação nas redes sociais no domingo à noite.
"Respeito todas as diferenças. Respeito todas as crenças e todas as convicções. Este respeito estende-se aos outros, mas as minhas crenças pessoais também devem ser respeitadas", escreveu no Twitter.
"Dadas as minhas raízes, a minha cultura, a importância das minhas convicções e crenças, não me foi possível participar nesta campanha. Espero que a minha decisão seja respeitada", prosseguiu.
A decisão de apenas multar, em vez de suspender, Mohamed garante que o Nantes não se privará de um jogador que marcou 11 golos esta época, uma vez que está a um ponto da segurança a três jogos do fim da temporada.
Vários outros jogadores também se recusaram a participar na campanha e, por conseguinte, falharam os jogos das suas equipas durante o fim de semana, incluindo o extremo do Toulouse Zakaria Aboukhlal, internacional marroquino.
O porta-voz do Governo francês, Olivier Veran, classificou de "disparate" e "anacrónica" a recusa de alguns jogadores em jogar em protesto contra a campanha anti-homofobia.
"Vivemos num mundo atual... em que cada um é livre de amar quem quiser", disse Veran à estação de televisão France 2.