Rayan Cherki: um eterno suplente no Lyon de Fábio Grosso?

A primeira assistência de Rayan Cherki na temporada chegou num momento crucial. A perder por um golo com o Metz, o Olympique Lyon recuperou de uma desvantagem de um golo para evitar um novo revés, que teria aumentado a distância entre o 18.º lugar do campeonato e o 16.º lugar, de acesso ao play-off. Aos 58 minutos, o internacional sub-21 deu a Skelly Alvero a oportunidade de empatar, com um belo remate de pé esquerdo.

Cem anos antes do 20.º aniversário

Cherki tem apenas 20 anos, mas já disputou 112 partidas pelo seu clube de origem. Lançado por Rudi Garcia aos 16 anos, Rayan Cherki é um jovem promissor. No entanto, não conseguiu conquistar um lugar permanente no plantel do Ródano. Em 2020-2021, disputou 27 partidas no Campeonato Francês, sendo titular em cinco ocasiões.

No final da temporada, terminou em alta, com um golo e duas assistências, o foi suficiente para o colocar na rotação da equipa. Porém, uma fratura do metatarso em fevereiro impediu-o de ganhar tempo de jogo. Embora ainda se possa contentar com alguns jogos e partidas ocasionais, o seu desempenho na Liga Europa (2 golos e 3 assistências) mostra que está em alta.

Peter Bosz já estava satisfeito com as entradas de Cherki, que teve de esperar até à nona jornada para começar um jogo. A situação mudou com a chegada de Laurent Blanc, que esperou até 28 de dezembro para o colocar na equipa. Contra o Brest, o internacional marcou um golo e tornou-se um jogador fundamental. Três golos e três assistências na fase de regresso, capacidade de drible e de romper linhas com os seus passes: Cherki ainda é um jogador que precisa de ser polido, mas o seu rendimento está a crescer. Apesar disso, o seu compromisso coletivo, especialmente na área defensiva, foi criticado por Blanc.

Menos tempo de jogo, mais participação?

A chegada de Fabio Grosso ao Lyon quebrou a continuidade de Cherki, que abrilhantou o futebol da seleção francesa sub-21, mas teve dificuldades no clube. Muito aguardado, certamente em demasia, o canhoto é um dos melhores jogadores da seleção sub-21, mas a realidade do campeonato e a urgência da situação colocaram-no uma posição complexa. O técnico italiano procurou muito, e muitas vezes cometeu erros, mas uma coisa permaneceu constante: a ausência de um papel claramente definido para Cherki.

Titular duas vezes, contra o Reims (derrota por 0-2) e Clermont (derrota por 1-2), o avançado não convenceu. Contra os Auvergnats, saiu ao intervalo e o seu substituto, Corentin Tolisso, diminuiu a desvantagem. Entre esses dois jogos, o Lyon empatou em 3-3 com o Lorient e Cherki só entrou em campo aos 87 minutos. Foi um castigo óbvio, e a sua ausência da convocatória para o Olympico, que acabou por não se realizar, demonstrou mais uma vez a falta de confiança de Grosso num dos jogadores mais técnicos do seu plantel, que não conseguiu impor-se como uma escolha óbvia. Isso é ainda mais preocupante, porque os Gones ainda não venceram na temporada.

Cherki saiu do banco aos 30 minutos da segunda parte, e teve um impacto estatístico no resultado final. Mas, para Grosso, que está em busca de certezas, isso pode levá-lo a usar o canhoto como um jogador de impacto, especialmente porque não há falta de opções no banco. Será que é o menor dos males para Cherki ou uma despromoção, apesar de tudo? Para Cherki, que já esteve perto de se juntar ao Paris Saint-Germain, esta temporada calamitosa deve ser ainda mais amarga do que para os outros.