90 minutos a ver o Sporting B: como joga a equipa de João Pereira
Recorde as incidências da partida
Ponto prévio: a equipa B serve acima de tudo como fase de transição para a equipa principal, o que por si só explica que parte das ideias apresentadas por João Pereira sejam iguais às que Rúben Amorim tinha para o seu Sporting.
Porém, há dinâmicas diferentes, que o antigo jogador poderá implementar assim que inicie o maior desafio da carreira como treinador. Perante este cenário, o Flashscore identificou os vários pontos de destaque do Sporting B para perceber de que forma poderá jogar a equipa principal
O esquema tático
Referindo novamente aquele ponto prévio, o Sporting B apresenta-se em campo com o mesmo modelo tático da equipa principal. A equipa da Liga 3 atua em 3-4-3 e apresenta dinâmicas semalhantes, especialmente no aspeto ofensivo.
A construção é feita a três, com Eduardo Felícissimo a juntar-se aos defesas para dar os primeiros passos no momento de iniciar as jogadas ofensivas, à semelhança do que acontece várias vezes com Morita na equipa principal. Henrique Arreiol ganha assim liberdade para ter mais projeção ofensiva e combinar com os colegas da frente, num papel mais parecido ao de Pedro Gonçalves.
Jogo pelos flancos
Como é habitual no 3-4-3 do Sporting, a equipa apresenta-se com uma estrutura com muita largura no momento de atacar, dando iniciativa aos alas, que acabam por ser extremos de pé trocado, especialmente depois da saída de Diogo Travassos para o Estrela da Amadora.
Afonso Moreira, que chegou a ser lançado por Amorim, joga pela esquerda com o pé direito e Mauro Couto na direita com o pé esquerdo. O objetivo passa por dificultar a marcação dos adversários, com os extremos a variarem entre movimentos interiores e exteriores, e aparecer em zonas de finalização com condições para visar as balizas contrárias.
O golo de Mauro Couto é o exemplo perfeito da forma de atacar dos flancos leoninos, numa jogada que começa com uma variação rápida que só é possível pela largura oferecida pelo ala.
Ligação ofensiva
Apesar da qualidade que o Sporting apresenta no corredor central, a equipa de João Pereira demonstrou ainda dificuldades para criar ligações com os seus médios, à semelhança do que chegou a acontecer nos primeiros anos de Rúben Amorim nos leões.
Sem avançados ao estilo de Gyökeres e Harder na equipa B, João Pereira dá liberdade a Lucas Anjos (ou Gabriel Silva, noutras partidas) para descer para a posição de médio ofensivo, dando assim espaço de projeção a um dos médios, que ataca a profundidade.
Apesar da capacidade de construção dos defesas, nomeadamente Miguel Alves e Lucas Taibo, ao estilo de Gonçalo Inácio, o Sporting recorreu várias vezes a bolas longas para os flancos, especialmente quando a equipa adversária apresenta uma linha mais baixa e compacta.
Momento sem bola
Talvez por ter sido mais defesa do que extremo, apesar de ter sido aí que começou a carreira, João Pereira apresenta mais diferenças no ponto de vista defensivo do que o seu antecessor.
A pressão alta mantém-se, mas ao contrário do que aconteceu na última época e meia de Amorim, a formação leonina não defende em 4-4-2, mas sim em 5-3-2, arriscando na marcação homem a homem através dos defesas centrais, algo que também acontece na equipa principal.
Assim que recupera, a equipa de João Pereira procura atacar rapidamente o meio-campo contrário, com recurso a passes longos direcionados, na sua maioria, para os flancos opostos à zona da bola.
Com mais semelhanças do que diferenças, o novo treinador do Sporting terá outras armas na equipa principal. Resta saber se vai manter a ideia de Amorim ou trazer algumas novidades da equipa B.