Entrevista Flashscore a Alex Costa: "Queremos honrar aquilo que era o objetivo do presidente"
Em vésperas do arranque da fase de todas as decisões, o Flashscore ouviu oito treinadores que vão lutar pela subida de divisão. Seguimos com Alex Costa, treinador do Covilhã, que terminou no quarto lugar da Série B.
"Satisfeito pela qualidade de jogo"
- Como foi o trajeto do SC Covilhã até chegar ao play-off de acesso à Liga 2?
- Penso que foi um trajeto positivo. Tínhamos o objetivo claro de estar entre os quatro primeiros, defrontamos grandes equipas, numa série que foi muito competitiva até ao fim. Estou satisfeito por alcançarmos o principal objetivo e satisfeito pela qualidade de jogo que apresentamos. Fomos uma equipa que fez sempre muitos golos, sempre muito competitiva e que conseguiu dar uma resposta muito boa por tudo aquilo que se passou extra-campo. Mas, agora, esta fase pertence ao passado e cabe-nos continuar a trabalhar para melhorar o que há a melhorar.
- Qual o momento que acaba por definir este desfecho para o Covilhã?
- Existiram vários momentos, vários jogos com muito espetáculo e vários jogos com muitos golos. Obviamente que termos perdido três pontos na secretaria dificultou muito o nosso trabalho. Muitas vezes parece que passa despercebido, mas se qualquer uma das outras equipas que se apurou tivesse passado por isso, nenhuma tinha conseguido o apuramento. Nós tivemos essa capacidade. Depois com o desaparecimento do nosso presidente, os nossos jogadores uniram-se e fizeram da dificuldade uma oportunidade para crescer. Soubemos dar uma boa resposta.
- Acredito que o momento da perda do presidente tenha sido uma das maiores dificuldades...
- Sem dúvida! Perdermos o nosso líder foi e é dificil. Falamos de um presidente muito presente, que gostava de estar perto de nós, que era um homem especial e que todo o grupo respeitava imenso. Era mais do que um presidente, era um pai, um amigo... Foi um momento muito difícil para todos, mas temos de aprender a conviver com estas perdas e seguir em frente, para honrar aquilo que era o seu principal objetivo: a subida de divisão.
"Todos têm capacidade para subir de divisão"
- Segue-se a fase de subida em que todos começam do zero num mini-campeonato. O que espera?
- Grandes jogos entre grandes equipas, estádios com muita gente e ambientes prazerosos. Espero muitas dificuldades, mas a dificuldade que vamos ter, os outros vão ter também. Vamos conscientes de um objetivo muito claro, esta é a profissão que queremos exercer e trabalhamos para isso. Também temos de tirar prazer destes momentos únicos e vamos fazer para que se tornem momentos inesquecíveis, que façam com que este grupo de trabalho entre para a história do SC Covilhã. Sabemos que é difícil, mas só com muito trabalho é que as coisas se conseguem.
- Muda alguma coisa em termos de mensagem?
- Vamos continuar dentro do nosso caminho. Definimos o objetivo desde o primeiro dia e assumimos publicamente, mesmo quando começamos o campeonato mais tarde e com sete jogadores com contrato. Assumimos que a história do SC Covilhã obrigava-nos a assumir-nos como candidatos. Agora, não somos mais e melhores do que ninguém. Temos as mesmas possibilidades dos outros e cabe-nos fazer bem o nosso trabalho, representar a nossa região da melhor forma e honrar os nossos adeptos. Se fizermos bem o nosso trabalho, as coisas vão acontecer.
- Entre os oito participantes, podemos incluir o SC Covilhã no lote de candidatos ou favoritos?
- Todas as equipas partem no mesmo patamar: zero pontos. Todos têm capacidade para alcançar o título e para alcançar a subida de divisão. Estamos a falar de um equilíbrio muito grande e o Covilhã tem as mesmas possibilidades. Depois com o decorrer da competição uns vão crescer, outros vão fortalecer-se e outros terão mais dificuldades. Agora é prematuro rotular as equipas.
- O Alex cumpre a primeira época na Liga 3. Que análise faz da competição?
- Muito mais organizada, muito mais competitiva e com uma visibilidade tremenda, muita gente nos estádios, bons relvados e uma cobertura mediática que faz com que seja superior à Liga 2, pelo menos nesse ponto. Isso traz responsabilidade e momentos de oportunidade para mostrarmos o nosso trabalho. É isso que clubes e jogadores procuram. Aproveito para dar os meus parabéns à Federação e Liga 3. A competição é jovem, o caminho ainda é longo, mas está no bom caminho.
"Queremos o Santos Pinto cheio"
- Que mensagem gostaria de deixar aos adeptos?
- A mensagem que passo é o reconhecimento pelo que tem sido o meu trajeto: uma primeira etapa muito difícil do ponto de vista de resultados, agora partimos para os principais objetivos e posso dizer que senti sempre apoio, respeito e carinho a parte deles. O que peço é que continuem a fazer o (estádio) Santos Pinto um local de festa, prazeroso e que continuem a apoiar os jogadores, que vão procurar retribuir com vitórias. Estou extremamente grato pela forma como somos tratados. Queremos o Santos Pinto cheio e os nossos adeptos felizes.