Entrevista Flashscore a Tiago Zorro: "A pressão que temos é a de jogar no Atlético"
Em vésperas do arranque da fase de todas as decisões, o Flashscore ouviu oito treinadores que vão lutar pela subida de divisão. Seguimos com Tiago Zorro, treinador do Atlético CP, que terminou no segundo lugar da Série B.
"Temos escolhido bem os jogadores"
- Como foi o trajeto do Atlético até chegar ao play-off de acesso à Liga 2?
- Lembro-me de ter dito logo no final do primeiro jogo que tínhamos vindo pra ficar. Sentíamos que tínhamos matéria-prima para lutar e discutir um lugar nos quatro primeiros até ao fim. Foi difícil e desafiante, mas conseguimos.
- Qual o momento que acaba por definir a temporada para o Atlético?
- Acho que este segundo golo na Académica (2-2) é o momento de decisão. Mas também houve outros momentos. Tivemos um golo frente ao Amora (1-1) no último minuto, quando estávamos a perder, e foi muito importante termos somado esse ponto. Mas o decisivo, decisivo, foi esse da Académica.
- Tem sido uma caminhada extraordinária, desde a distrital até ao play-off de acesso à Liga 2, de forma consecutiva. Nem nos melhores sonhos, não é verdade?
- Sim, é verdade. Tem tudo acontecido de forma rápida, fruto do que temos feito no Atlético, muito ligado aos grupos de trabalho que temos conseguido construir. Os jogadores são sempre a personagem principal e nós temos escolhido bem os jogadores. Mas acredito na qualidade do trabalho e da competência. É o terceiro ano que conseguimos disputar uma fase de subida, por isso há sustentabilidade naquilo que temos feito.
"Conhecemos bem a realidade"
- O que espera desta fase de subida em que vão estar as oito melhores equipas da prova reunidas num mini-campeonato?
- É um campeonato novo e espero muitas dificuldades. Mas sei que não vai ser fácil vencer o Atlético também. Sinto que entramos nesta competição como um outsider, por isso com menos pressão. A pressão que temos é a de jogar no Atlético, porque o grande objetivo da época está cumprido. Agora vamos levar isto jogo a jogo, preparando tudo muito bem de forma estratégica, e vamos fazer o nosso melhor, vendo onde nos queremos situar.
- Muda algo em termos de mensagem?
- Não vamos mudar nada. Vai ter de haver superação da nossa parte. Vamos deixar esse apelo aos jogadores, porque vamos jogar contra os melhores. Não acredito que haja grandes mudanças, até porque o passado recente diz-nos que o trabalho tem sido bem feito.
- Entre os oito participantes, podemos incluir o Atlético no lote de candidatos ou favoritos?
- Acho que é candidato à subida. Não consigo dizer que somos favoritos, porque conhecemos bem a realidade, a força dos clubes e a qualidade das suas equipas, mas acho que todos partem em pé de igualdade.
- Que análise faz à Liga 3?
- Sinto que é um campeonato muito difícil, em que qualquer equipa pode ganhar a qualquer equipa, e que tem uma visibilidade grande. Sobre a presença do Atlético, o clube está a querer crescer e afirmar-se. Temos dado passos pequeninos, mas muito seguros. Agora vamos entrar numa realidade nova, que é a de poder disputar algo para uma competição profissional e ainda há pouco tempo estávamos completamente amadores. Esse caminho tem de ser feito devagar, mas com passos acertados. A mim dá-me muito prazer fazer parte da história de um clube como o Atlético.
"Estamos a viver um sonho"
- Os adeptos do Atlético têm vivido muitos momentos positivos. O que é preciso da parte deles para esta fase?
- Queremos sentir o apoio dos adeptos e temos sentido. Temos levado cada vez mais adeptos ao estádio e os jogadores merecem. Agora é importante que esse apoio continue. Estamos a viver um sonho e queremos alimentar esse sonho e eles poderão ter um contributo muito importante para a sua concretização.