Entrevista Flashscore a Vítor Paneira: "A responsabilidade é sempre enorme no Varzim"
Em vésperas do arranque da fase de todas as decisões, o Flashscore ouviu oito treinadores que vão lutar pela subida de divisão. Seguimos com Vítor Paneira, treinador do Varzim, que terminou no terceiro lugar da Série A.
"Equipa percebeu que tinha tudo a ganhar"
- Como foi o trajeto do Varzim até chegar ao play-off de acesso à Liga 2?
- Foi uma fase não muito regular nesta primeira fase. A equipa começou muito bem, esteve na liderança durante algumas jornadas, mas depois, por variadíssimos motivos, foi perdendo consistência, estando excecionalemte fora dos quatro primeiros lugares por uma vez. Depois, a parte final foi irrepreensível e voltou ao que foi o início: equipa consistente e a jogar bem. Podíamos ter sido fortemente penalizados, mas conseguimos (o apuramento). Também trabalhamos para isso.
- Qual o momento que acaba por definir a temporada para o Varzim?
- Acho que foi a partir das últimas cinco jornadas, em que a equipa percebeu que tinha tudo a ganhar e nada a perder. Depois há um contexto enormíssimo de dificuldades e que é público - ordenados em atraso, presidente demissionário, sem direção. Tivemos um mês complicado e foi nesse mês que a equipa juntou-se e que foi equipa em todos os sentidos, juntamente com a massa associativa, com todos a puxar para o mesmo. Creio que foi aí o momento de viragem.
"Será uma luta extremamente competitiva"
- Segue-se a fase de subida. O que espera?
- Vai ser um campeonato muito competitivo, com os melhores, e em que o erro vai ser mais penalizador. Vai ser até ao limite. Na minha opinião será uma luta até ao fim para saber quem vai subir e quem vai ficar na Liga 3 na proxima época. Há equipas que se apresentaram muito fortes na primeira fase, mas agora será completamete diferente.
- Volta tudo ao zero. Muda algo em termos de preparação?
- A mensagem foi dada a partir do momento do apuramento. A responsabilidade é sempre enorme num clube como o Varzim. Vamos trabalhar, ser rigorosos, concentados, fortes e respeitar os adeversários. Não tenho dúvidas de que será uma luta a oito extremamente competitiva.
- Entre os oito participantes, podemos incluir o Varzim no lote de candidatos ou favoritos?
- Somos oito candidatos. É complicado assumir o favoritismo nesta prova, até porque quem venceu as primeiras fases nas edições anteriores não conseguiu subir. Pode haver equipas mais fortes do que outras, mas a competição altera isso: a regularidade e competitividade faz com que as equipas sejam candidatas e não favoritas nesta fase, na minha opinião, claro.
- Que análise faz à Liga 3?
- Esta é a competição mais competitiva em Portugal e traz grande visibilidade. Antes de cá chegar, parecia-me que tinha mais visibilidade do que tem a Liga 2, graças ao trabalho do Canal 11, com uma promoção constante a treinadores e jogadores. Este é um produto apetecível para a Federação e esperamos melhorar algumas coisas da competição. Se o fizermos tenho a certeza que será ainda mais valorizada. Eu gosto de estar nesta competição, embora o objetivo dos treinadores seja estar na Liga. Mas nem todos podem lá estar.
"Não há ninguém na Póvoa que não esteja a puxar pelo Varzim"
- Que mensagem quer deixar para os adeptos do Varzim?
- Os adeptos do Varzim estão super motivados. Eles tiveram um papel muito importante nesta reta final. Recordo-me que perdemos 2-0 com o Canelas e os nossos adeptos ovacionaram a equipa e fizeram-nos acreditar que seria possível. Não há ninguém na Póvoa que não esteja a puxar pelo Varzim e isso torna a equipa muito forte. Os nossos adeptos são especiais. Ter 6 mil pessoas em casa no último jogo em casa, tivemos mais público do que tiveram jogos da Liga 2... Temos de estar todos unidos nesta fase complicada para o clube.