Luís Pinto: "Custou muito deixar o Fafe, mas sinto-me preparado para outros patamares"
Luís Pinto não vai ser o treinador do Fafe na próxima temporada. Aos 35 anos, o jovem treinador portuense decidiu que estava na hora de deixar a "zona de conforto" e dar o "próximo passo", depois de duas temporadas de bom nível ao serviço dos fafenses na Liga 3.
"Foi uma decisão muito difícil e custou ainda mais no dia a seguir a tornar-se real. Tinha uma relação muito saudável com toda a gente e os resultados desportivos deixam-nos muito orgulhosos. Mas foi uma decisão ponderada e consciente. Senti que era um ciclo que tinha de ser fechado", justifica o técnico, em declarações ao Flashscore.
"Seria muito confortável para mim ficar no clube, porque seria a minha 3.ª época e as pessoas já sabem como eu funciono e eu sei como funciona o clube, mas esta decisão está relacionada com a ambição que tenho de subir patamares. Não é uma ambição desmedida, atenção, pois sinto que estou preparado para dar esse passo", sustenta.
"Também tomo a decisão porque ao longo do tempo foram aparecendo aqui ou ali algumas demonstrações de interesse de alguns clubes de divisões superiores e isso leva-me também a olhar para a minha carreira e dá-me essa perspetiva de poder e estar capacitado para abraçar esses desafios. Não quero dar esse passo a todo o custo, mas estou disponível para esse desafio", remata.
Números sustentam ambição
Os números são claros. Há um antes e um depois de Luís Pinto no Fafe. Antes da sua chegada, os justiceiros somavam 12 vitórias, seis empates e 25 derrotas em 43 jogos no terceiro escalão do futebol nacional. Já depois da sua entrada: 20 vitórias, nove empates e 12 derrotas em 41 jogos.
Outro dado impactante é o número de jogos sem sofrer golos: sete antes e 17 depois.
Depois da salvação in extremis na temporada passada, em que entrou com o comboio em andamento, Luís Pinto guiou o Fafe a uma manutenção tranquila em 2023/24, terminando mesmo a segunda fase do campeonato com estatuto de clube com mais pontos conquistados (21) entre as duas séries, juntando ainda o registo de mais vitórias (sete) e de melhor ataque (20 golos). Como se explica?
"Conseguimos fazer acreditar todas as pessoas que estão à volta do clube de que é possível fazer mais e com que a época valha a pena. Tínhamos um compromisso diário para trabalharmos no máximo e o foco estar centrado no dia-a-dia. Acho que fomos bem sucedidos na nossa missão", considera ao Flashscore.
"Espero que nos recordem essencialmente pelo profissionalismo e exigência. Esse é o legado que acredito que deixamos. Existia alguma descrença no início. Quando chegamos o foco era a sobrevivência e agora já é de esperança no futuro. Creio que essa é a imagem que vão ter de nós. É possível atingir coisas maiores, não tenham dúvidas", remata.