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Depois de fazer história no País de Gales, New Saints entra na aventura europeia

New Saints faz história, agora nas competições europeias
New Saints faz história, agora nas competições europeiasNigel French / PA Images / Profimedia
Os New Saints fazem história no futebol e, esta quinta-feira, tornam-se o primeiro clube galês a participar numa fase principal de uma competição europeia de clubes.

O primeiro compromisso dos 16 vezes campeões galeses na Liga Conferência é uma viagem assustadora, mas glamorosa, à Fiorentina, da Serie A - um forte contraste com o jogo de domingo, fora de casa, com o Briton Ferry, na Cymru Premier League.

Para Mike Harris, o entusiasmado proprietário do The New Saints - uma amálgama do clube original do País de Gales, o Llansantffraid, e da cidade inglesa de Oswestry, que fica perto da fronteira com o País de Gales - é a terra dos sonhos.

Já houve adversários de alto nível, o Manchester City - o TNS foi a primeira equipa a jogar no que é agora o Estádio Etihad, em 2003 - e o Liverpool, nas fases de qualificação da Taça UEFA e da Liga dos Campeões, respetivamente.

Mas para um clube que, em 2016, bateu o recorde de vitórias consecutivas da grande equipa do Ajax em 1971, com 27 vitórias - o Al Hilal, de Jorge Jesus, da Saudi Pro League, estabeleceu uma nova marca este ano -, é mais um passo em frente.

"É muito empolgante", disse Harris à AFP numa ligação por Zoom, na sexta-feira.

"Uma equipa do País de Gales ainda estar a jogar na Europa até ao Natal é algo que nunca foi feito antes. Vale a pena notar que, tal é o fosso financeiro, o salário de um jogador inglês poderia provavelmente fazer funcionar toda a liga galesa durante uma época", explicou.

Harris, que fundiu os dois clubes quando pagou as dívidas do Oswestry em 2003, diz que o seu feito foi uma resposta perfeita às piadas feitas sobre a liga nacional.

"É uma honra e estamos orgulhosos por termos colocado a liga galesa no mapa. Gary Lineker referiu-se a ela como a liga dos agricultores", afirmou.

"No final do dia, quanto mais promoção a nossa liga conseguir, seja ela boa, má ou feia, mais positivo será. Temos sido literalmente ignorados por toda a gente. A liga das Ilhas Faroé tem mais hipóteses de aparecer no serviço de resultados da BBC do que a galesa!", lamentou.

Harris, cujo sentido de humor autodepreciativo nunca está longe, dizendo com uma risada que o seu handicap no golfe é maior do que a sua idade (61 anos), observa que este é um objetivo que tem vindo a procurar há quase três décadas.

"Para mim, este é um sonho realizado", afirmou.

"Há 27 anos que ando a trabalhar nisto e a bater no tambor. Estabeleci um objetivo de cinco anos para o tentar fazer e depois de cinco anos passei a 10 e, como sou um velho persistente, depois os cinco anos seguintes!", lembrou.

"Descascar a cebola"

O especialista em telecomunicações Harris, que pagou as dívidas do Oswestry e construiu um novo terreno depois de vender a sua empresa à BT, diz que os objetivos para a nova fase da liga são modestos.

Nos outros jogos, o clube recebe o Panathinaikos, da Grécia, o Djurgarden, da Suécia, e o Astana, do Cazaquistão - no terreno do Shrewsbury, da League One (terceiro escalão inglês) - e joga fora, na Irlanda, com o Shamrock Rovers, e na Eslovénia, com o Celje.

"Gostaria de pensar que conseguiríamos alguns pontos ao longo dos seis jogos", disse Harris.

"Acho que ninguém pode ter a ilusão de que algum dos jogos será fácil quando se vê o calibre das equipas. A nossa primeira ambição é tentar garantir que o jogo seja competitivo sem ser desonroso", explicou.

Os New Saints, nome escolhido por um adepto e que, segundo Harris, encapsula as duas comunidades, deverão conseguir ganhar "algumas centenas de milhares" de euros com a campanha.

Harris diz que os custos de funcionamento do clube rondam os 2,5 milhões de libras - um milhão para salários e 1,5 milhões para custos administrativos e de manutenção do terreno.

"Devemos ser capazes de desenvolver o nosso novo campo de treinos", disse.

"Mais uma vez, o nosso objetivo é tentar melhorar as instalações de que dispomos para que as próximas gerações sejam ainda melhores", explicou.

O treinador está justificadamente orgulhoso pelo facto de no plantel da Liga Conferência haver sete jogadores que passaram pela academia do clube, que está ligada ao ensino local.

"Os jogadores são desenvolvidos para se tornarem futebolistas a tempo inteiro, coisas como essas sempre foram sucessos silenciosos", disse.

"A menos que se descasque a cebola, não se consegue ver. Proporcionámos uma carreira a muitos rapazes e raparigas na indústria do futebol e muitos talvez nunca tivessem tido essa oportunidade se não fossemos nós a oferecer-lha", acrescentou.

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