Matheus Souza, ex-jogador do Floriana, avisa Vitória SC: “É preciso estar 100% focado”
Um arquipélago situado no mediterrâneo, Malta dificilmente é conhecido como um país de montra no futebol europeu. Desde 1961, o melhor que as equipas maltesas conseguiram foi em 1993/94, quando o Floriana eliminou os lituanos do Ekranas e chegou à Liga dos Campeões. Foram eliminados pelo FC Porto na primeira ronda, mas ostentam o título de única equipa maltesa a participar na fase principal de uma competição europeia.
31 anos depois, o Floriana procura registar semelhante feito e pela frente terá novamente uma equipa portuguesa: o Vitória SC. O que esperar do vice-campeão maltês? O Flashscore foi falar com quem conhece bem o futebol local e o Floriana, em particular.
Avançado com passagens pelo Praiense, Amora e Lusitânia de Lourosa, Matheus Souza deixou o futebol português em 2022 para jogar em Malta. Primeiro passou pelo Balzan Youths, antes de assinar em 2023/24 pelo Floriana, onde foi comandado por Mauro Camoranesi.
“É uma equipa com tradição e nome no país, aliás acho que é maior em temos de adeptos que estão sempre presentes”, explicou Matheus Souza que revelou uma equipa ansiosa à espera do embate com os vitorianos: “Tenho alguns amigos lá, falei com eles e estão empolgados por jogar contra um adversário de grande nome e com a história que o Vitória SC tem no futebol”.
Partidas com semelhante discrepância de forças podem levar a algumas surpresas. Por isso, Matheus Souza deixou alguns conselhos ao emblema vimaranense: “Vão encontrar uma equipa com muita vontade de lutar por cada bola, agressivos no contra-ataque e com nomes de qualidade como o Oualid El-Hasni, Alexandros Kouros, Kemar Reid e os dois argentinos: Ulises Arias e Matias Garcia. O Vitória SC vai ter de estar 100% focado, porque vão dificultar ao máximo e sonham com o triunfo”.
Atualmente no UNA Strassen, do Luxemburgo, Matheus Souza disputou também as rondas preliminares da Liga Conferência esta época e reconheceu a importância que têm para clubes de menor nomeada: “É uma grande experiência para sentir o ambiente europeu. Os clubes sentem que tem oportunidade para mostrar o trabalho de qualidade que é feito nesse país e existe claro a questão financeira”.
História
Um dos primeiros representantes de Malta nas provas europeias em 1961, o Floriana conta com uma vasta história nos torneios continentais. Disputou Liga dos Campeões, Liga Europa/Taça UEFA, Taça das Taças, Taça das Cidades com Feira e Intertoto.
Está pela primeira vez na Liga Conferência e é comandada por Darren Abdilla, que rendeu Camoranesi neste verão. Foi campeão de Malta em 26 ocasiões (a última em 2020), venceu 21 Taças (a última em 2022) e duas Supertaças (a última em 2017).
Vai encontrar um clube português pela terceira vez: Perdeu com Sporting por 9-0 no agregado em 1971, na pré-eliminatória Liga dos Campeões, e com o FC Porto por 2-0, em 1993/94, também na Champions, mas na primeira ronda.
Feitas as contas, equipas de Malta e Portugal já se defrontaram em 18 ocasiões, a última em 2002, quando o Boavista eliminou o Hibernians na qualificação para a Liga dos Campeões (7-3 no agregado). No registo só existem duas vitórias, sendo que ambas não alteraram o registo das eliminatórias: Em 1978/79, o SC Braga perdeu com o Hibernians (3-2) em Malta, depois de ter goleado 5-0 no Minho; e em 1979/80, o Boavista perdeu com Sliema Wanderers (2-1), mas goleou 8-0 no Bessa.