Porta dos quartos aberta pelo despertar de Leão: Portugal goleia Polónia na Liga das Nações
Recorde as incidências da partida
Um ponto bastava e talvez isso tenha pesado na cabeça dos jogadores portugueses. O calendário é tão apertado que uma das palavras do momento é a palavra "greve". Talvez tenha sido isso que Portugal fez durante os primeiros 45 minutos da partida. Diogo Costa assegurou os serviços mínimos e a equipa portuguesa foi para o intervalo com um nulo no marcador, mesmo sem fazer qualquer remate à baliza adversária e sendo pior do que a formação polaca.
António Silva e Renato Veiga formaram uma dupla inesperada no eixo defensivo, com João Neves mais à frente a ocupar as vezes de Palhinha, num lugar que normalmente até é ocupado por Vitinha. No papel, Portugal continuava a ser superior à Polónia, que nem tinha Lewandowski, mas os primeiros 45 minutos trouxeram algumas vibes de Euro-2024.
A entrada até tinha sido positiva, embora as oportunidades fossem nulas. Bruno Fernandes apareceu muito em jogo, mas somou decisões erradas e Portugal sentiu falta da ligação que o jogador do Manchester United costuma dar à equipa. Com Cristiano Ronaldo a procurar bola e um excesso de cruzamentos já tradicional no conjunto nacional, Portugal acabou por deixar escapar o seu melhor período do primeiro tempo e os polacos não ficaram a ver jogar.
Bereszynski e Zalewski, no espaço de oito minutos, obrigaram Diogo Costa a duas intervenções decisivas, com o guarda-redes do FC Porto ainda a contar com Nuno Mendes para evitar um lance que parecia golo certo.
Portugal até criou a melhor ocasião antes do intervalo, quando Cristiano Ronaldo atirou por cima após assistência de Rafael Leão já na pequena área, mas os sinais estavam longe de ser positivos. Ainda assim, o apuramento continuava à mão de semear.
Mais do que as dificuldades defensivas evidentes na primeira parte, Roberto Martínez não ficou satisfeito por ver as dificuldades de Portugal com bola. Sem ideias no 11 inicial, recorreu a Vitinha ao intervalo e a entrada do médio do PSG, para o lugar do colega João Neves, foi uma lufada de ar fresco no Dragão. Até a chuva parou!
Rafael Leão deu o primeiro aviso com uma tentativa de visar a baliza de Bulka e acabaria mesmo por ser o avançado do AC Milan a desbloquear uma partida que parecia mais complicada do que devia. O contra-ataque conduzido por Leão foi perfeito, tal como o cruzamento de Nuno Mendes, que encontrou a cabeça do avançado para o 1-0 (59').
A greve parecia ter chegado finalmente ao fim e foi com a capacidade de trabalho mais perto dos 100 por cento que Portugal sentenciou a partida e o apuramento para os quartos de final da Liga das Nações. Após lance individual de Pedro Neto e mais um passe de Vitinha, um penálti por mão na bola de Kiwior deu a Cristiano Ronaldo (72') mais uma oportunidade de marcar por Portugal desde a marca dos 11 metros.
Como é habitual, o melhor marcador da história da seleção não perdoou, mas os melhores momentos da noite estavam guardados para o fim. Bruno Fernandes, que já sabe que não vai participar no jogo com a Croácia por estar suspenso, despediu-se da fase de grupos da Liga das Nações com um golaço de fora da área (80').
Pedro Neto (83') fez o 4-0, de pé direito e Cristiano Ronaldo (87') colocou a cereja no topo do bolo com um golo acrobático para o 5-0. Depois da greve, trabalho concluído com sucesso, ainda que Diogo Costa tenha acabado a noite protestar depois do golo de Marczuk (89') para o 5-1 final.
Homem do jogo Flashscore: Vitinha (Portugal)