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Bélgica receia que De Bruyne possa abandonar a seleção nacional

AFP
De Bruyne, capitão da seleção da Bélgica
De Bruyne, capitão da seleção da BélgicaFRANCK FIFE/AFP
A Bélgica, derrotada por 2-0 pela França na Liga das Nações, na segunda-feira, teme que a sua estrela Kevin de Bruyne decida abandonar a seleção nacional, depois de o capitão dos Red Devils ter mostrado a sua insatisfação com a atitude dos seus companheiros de equipa contra os Bleus.

Nas imagens transmitidas pela RTL, De Bruyne foi visto a dizer várias vezes ao treinador Franky Vercauteren "Ik stop" ("Desisto"), referindo-se à seleção nacional.

Na entrevista após o jogo, o médio de 33 anos do Manchester City mostrou-se muito irritado com o nível dos seus companheiros e com a tática utilizada num jogo que, à exceção dos primeiros 20 minutos, foi claramente dominado pela França.

"Defendemos com seis (jogadores). Mesmo na segunda parte, mesmo quando já estávamos a perder", criticou De Bruyne, um dos últimos sobreviventes da geração de ouro da Bélgica, que alcançou o terceiro lugar no Campeonato do Mundo Rússia 2018.

"Não é apenas uma questão de transição, também temos um problema com a nossa forma de jogar. Há jogadores que não estão a cumprir o seu papel. Ponto final", disse De Bruyne à televisão flamenga VTM.

"Mesmo que não sejamos suficientemente bons, temos de dar o nosso melhor e alguns não o estão a fazer. Posso aceitar que já não temos o nível de 2018. Sou o primeiro a dizer isso. Mas há coisas que são inaceitáveis", acrescentou De Bruyne, que, segundo a imprensa belga, no balneário, dirigiu palavras duras a alguns companheiros de equipa.

Rodeado de estrelas no Manchester City, onde se tornou um dos melhores jogadores do mundo, "King Kevin" nunca escondeu a frustração por não ter companheiros do mesmo nível na seleção nacional, o que se traduziu em maus resultados, como a eliminação na fase de grupos do Mundial do Catar-2022 e nos oitavos de final do Euro-2024.

De Bruyne estreou-se pela Bélgica em 2010 e, desde então, fez 107 jogos internacionais, marcando 30 golos.

Sem o guarda-redes do Real Madrid, Thibaut Courtois, que anunciou há meses que não voltaria à seleção enquanto Domenico Tedesco estivesse no comando, o treinador belga deve agora tentar convencer o seu capitão a permanecer no plantel pelo menos até ao Mundial-2026.

"Kevin é um vencedor, é normal que esteja desiludido, mas não creio que vá desistir", disse o treinador italo-alemão, de forma pouco convincente, após o jogo contra a França.