Da reforma à titularidade: Jan Bořil voltou à seleção checa aos 33 anos
A equipa checa manteve uma formação de quatro defesas, tal como no jogo contra a Ucrânia há um mês, e Bořil regressou à sua antiga posição de defesa externo clássico em vez de lateral esquerdo, que é o que joga no clube.
No entanto, isso não afetou em nada o seu desempenho. Geriu o lado esquerdo com mestria. Além disso, teve a coragem e a energia necessárias para apoiar a linha ofensiva.
"Senti-me muito bem, como se nunca tivesse tido os problemas de saúde. Não pensei nisso, queria ajudar a equipa e os rapazes. Foi o que fiz e diverti-me imenso", afirmou sobre o seu regresso à seleção checa.
Elogios do técnico
O técnico Hašek ficou impressionado com o desempenho do jogador.
"Se eu tivesse que destacar um nome, diria Bora", sorriu após o jogo.
"Aprecio o facto de ele ter vindo para a seleção nacional e de nos ter ajudado ao ritmo a que o jogo foi jogado. Agradeço por isso. Há um ano, especulava-se se ele continuaria a sua carreira. Agora está aqui e a jogar pela seleção nacional. Ele foi um dos elos importantes hoje", acrescentou.
Era possível ver como ele se dava bem com os seus colegas de equipa do Slavia. Ao seu lado estava Tomáš Holeš, à sua frente estava o já referido Provod, no Tomáš Souček, e na coluna vertebral estava Tomáš Chorý.
"Além disso, Chorý estava em Plzeň, pelo que Šulcík e Červ conhecem-no bem. O entrosamento em campo foi muito bom, foi visível. Os rapazes que jogam em clubes e estão em forma trouxeram-no para aqui", elogiou Bořil.
A equipa checa também beneficiou do regresso a uma defesa de quatro jogadores. O meio-campo ficou muito mais compacto, as combinações não se ligaram e foi mais fácil controlar o jogo. Bořil apenas abanou a cabeça quando questionado sobre isso.
"O terceiro médio central ajudou muito os nossos defesas. O Qazim Laci jogou como falso dez contra nós, o Worm sentou-se em cima dele e nada passou por ele, o que facilitou o nosso trabalho. Os Stoppers só tinham um avançado contra eles, e conseguiram lidar com isso. Isso convinha-nos e também apanhávamos as segundas bolas", explicou.
"Mostrou a toda a gente que tem o temperamento de um lutador e de um jogador que, com aquela idade, se coloca num jogo como aquele, onde está a ser disputado por jogadores de grande qualidade a nível mundial. Ele é um exemplo para todos de que uma carreira não tem de terminar depois dos 30 anos", resumiu Hašek.
Será que o defesa ficou com a cabeça confusa? Quando solicitado a responder se Ladislav Krejci, que não pôde jogar contra a Albânia por causa dos cartões amarelos, voltaria às escolhas, não confirmou.
"Não posso dizer como estará o estado de saúde de todos os jogadores. Não queremos arriscar as lesões no futuro", disse, fugindo a uma resposta direta.
E deu a mesma resposta quando lhe perguntaram se estava a contar com Boril no futuro. "O mais importante na convocação é o desempenho, não é a idade. Se Bora jogar no Campeonato do Mundo, gostaria que o fizesse", afirmou.
Isso dar-lhe-á mais um agradável quebra-cabeças antes do jogo de segunda-feira contra a Ucrânia.