Duas caras e (in)eficácia: Portugal derrotado na Áustria (2-1)
Acompanhe as principais incidências da partida
A seleção portuguesa tinha reforçado nos dois primeiros compromissos da mais recente competição de seleções a ideia de que tinha capacidade para encarar olhos nos olhos cada adversário, independentemente da posição no ranking.
No caso da Áustria, cotada como a 16.ª melhor seleção do mundo, três lugares acima de Portugal, não era diferente. O selecionador Francisco Neto não escondeu o desejo de chegar ao final desta dupla jornada diante as austríacas com seis pontos no bolso e a primeira parte mostrou que esse cenário não era assim tão descabido.
Domínio, mas sem eficácia
A seleção portuguesa teve o claro domínio da partida nos primeiros 45 minutos, não apenas em termos de posse, mas também em oportunidades de golo criadas, não dando o mínimo espaço para as adversárias sequer fazerem uma aproximação à baliza de Patrícia Morais, uma mera espectadora ao longo do primeiro tempo.
No entanto, se as principais estatísticas estavam a favor de Portugal, houve um capítulo em que a formação lusa revelou claras dificuldades: eficácia. A regressada Jéssica Silva e a sempre irreverente Kika Nazareth foram as principais protagonistas do desacerto no último terço, enquanto Fátima Pinto ia estancando toda e qualquer ameaça da Áustria.
Resposta austríaca
O intervalo deixou a sensação clara de que Portugal merecia mais do que o 0-0. Mas também deixou sérios sinais de alerta para a selecionadora Irene Fuhrmann. Era preciso muito mais para vencer pela primeira vez nesta fase de grupos, depois da derrota frente à França e do empate contra a Noruega.
O descanso (e talvez as palavras da treinadora) fez bem à seleção da casa, que entrou completamente revigorada e apostada em deixar uma imagem bem diferente.
Depois de vários avisos, entre eles um remate de Feiersinger (58 minutos) ao lado, em posição pivilegiada, e outro de Dunst para defesa muito difícil de Patrícia Morais, eis que um lance, no mínimo, caricato deu vantagem à Áustria. Aos 64 minutos, Ana Seiça tentou aliviar a bola, mas esta resvalou nas costas de Catarina Amado e seguiu o caminho da baliza portuguesa.
O choque foi grande e o cenário piorou depois de um ataque português dar origem a um contra-ataque letal das austríacas, com Dunst a mostrar como se faz. Eficácia máxima!
Portugal não baixou os braços e teve duas excelentes oportunidades para diminuir a desvantagem - Ana Capeta (81) à barra e Tatiana Pinto (82) ao lado -, mas o desperdício voltou a ser a carta mais forte. Ainda assim, o golo lá apareceu, pela cabeça de Tatiana Pinto (90+5), mas não deu para muito mais.
Não foi dia de Portugal. Terça-feira há mais.