Publicidade
Publicidade
Publicidade
Mais
Publicidade
Publicidade
Publicidade

Maignan, um "general" que levanta a voz para substituir o capitão Mbappé

AFP
Maignan e Konaté trocam impressões durante o jogo contra Israel.
Maignan e Konaté trocam impressões durante o jogo contra Israel.FRANCK FIFE / AFP
De voz grave e autoridade inquestionável, o "general" Mike Maignan tornou-se um dos líderes da seleção francesa, um novo peso para substituir o capitão Kylian Mbappé, ausente das duas últimas convocatórias dos Bleus.

O guarda-redes do AC Milan está longe de ser um líder silencioso. "Mike é alguém que toma a palavra muitas vezes", explicou Ibrahima Konaté na transmissão do Telefoot.

"E não quando as coisas estão a correr bem, é quando as coisas estão a correr mal que ele sabe dizer as coisas, às vezes é muito agressivo" , admitiu o defesa-central com uma gargalhada.

William Saliba, outro dos pilares da defesa francesa, estende a análise: "Ele diz-nos: 'Estamos aqui para defender, não para sofrer golos, dribles e tudo isso não é para nós'".

A alcunha Magic Mike que ganhou no Lille, clube que defendeu entre 2015 e 2021, foi desaparecendo gradualmente na seleção onde se tornou O General.

"Ele tem muito carisma, é um líder natural, quando fala, posso dizer que todos ouvem", continuou o médio do Real Madrid Aurelien Tchouaméni, ausente por lesão no estágio de novembro.

De recordar que a França empatou a zero com Israel, na quinta-feira, conseguindo o apuramento para a final four da Liga das Nações, mas ainda vai fechar a fase de grupos com uma visita a Milão para enfrentar a Itália, na segunda-feira.

Acompanhe aqui as incidências do encontro
Acompanhe aqui as incidências do encontroFlashscore

Desentendimentos

"Mike, com a voz que tem, é mais ouvido do que os outros!", admite Toussouf Fofana, ausente da última convocatória.

"Como ele não está sempre a falar, quando ouvimos a sua voz ficamos impressionados. No balneário, quando fala, é muito tranquilo", acrescentou o médio, que também é companheiro de Maignan no AC Milan.

A intervenção do guarda-redes no Parque dos Príncipes, na derrota por 1-3 contra a Itália, em setembro, fez correr muita tinta. Pouco dado a falar com os meios de comunicação social, foi à zona mista nessa noite e deu uma ideia do que se tinha passado: "Passei um mau bocado, tal como o grupo, temos um jogo na segunda-feira, temos de recuperar".

O guarda-redes formado no PSG (2009-2015) não revelou as palavras que usou no balneário para se dirigir ao grupo, mas o seu discurso foi divulgado à imprensa. O guarda-redes salientou a falta de envolvimento de alguns dos companheiros de equipa.

De acordo com alguns meios de comunicação social, o guarda-redes dirigiu-se ao capitão Mbappé, censurando-o pela fraca atuação defensiva na vitória por 2-0 sobre a Bélgica.

Sem o astro, fora da convocatória pela segunda vez consecutiva devido a uma situação dentro e fora de campo difícil - a imprensa sueca associou-o a uma investigação de violação - Maignan é um líder, mesmo que não use a braçadeira de capitão, que assume no AC Milan.

"Tomei esta decisão há muito tempo, o Mike é um dos jogadores capazes de liderar esta equipa", explicou o treinador português Paulo Fonseca.

Tanto no clube como na seleção, a influência do guarda-redes internacional por 27 vezes ultrapassa largamente a sua área. Steve Mandanda, um dos seus antecessores na baliza e na liderança dos Bleus, mostrou a sua admiração em março, também na transmissão do Telefoot.

"Adoro o homem, um tipo respeitador, autêntico e com uma grande personalidade. Ele é seguro de si, dos seus pontos fortes, sabe fazer tudo; na linha, no ar, com os pés, na leitura do jogo...", disse o guarda-redes do Rennes.

"Conheço o meu potencial, sei que tenho de me manter concentrado e neste caminho", disse Mike Maignan, que substituiu Hugo Lloris, que descreveu como uma "lenda".

"Ele disse-me as palavras necessárias quando saiu", confessou o novo líder dos Bleus sobre o antigo capitão, que levantou o Campeonato do Mundo em 2018.