Melancólico como um copo de whisky: Portugal não passa do nulo com a Escócia
Recorde as incidências da partida
O calendário é apertado e, por isso, não foi surpreendente que Roberto Martínez tivesse feito seis alterações em relação à partida que venceu a Polónia. Em Hampden Park, em casa de uma Escócia que ainda não tinha pontuado, Portugal tinha a missão de selar o apuramento para os quartos de final da Liga das Nações, que também dependia do jogo entre Polónia e Croácia, e de chegar à primeira vitória oficial em solo escocês.
Avisado para os perigos da equipa da Escócia, apesar dos tais zero pontos, Portugal foi mais cauteloso na abordagem ao jogo, até porque só Ronaldo conseguiu evitar o empate no Estádio da Luz, mas o primeiro lance de perigo surgiu precisamente numa jogada da equipa da casa, com Scott McTominay a desperdiçar o primeiro após bom cruzamento de Robertson e desconcentração da defensiva portuguesa.
O lance serviu para Portugal passar a ser mais paciente com bola e o melhor período da equipa de Roberto Martínez surgiu entre os 10 e os 25 minutos.
Apesar da superioridade portuguesa, o excesso de utilização dos corredores, com Nuno Mendes, à esquerda, e Francisco Conceição, na direita, fazia lembrar um pouco as exibições de Portugal no Euro-2024.
Muita bola, a maioria das vezes no último terço, mas raras oportunidades flagrantes de golo - Gordon negou o golo a Ronaldo, o mais rematador em toda a partida.
A segunda parte parecia trazer boas notícias para quem queria assistir a ocasiões de golo e a um jogo mais fluído, mas o desperdício de Ronaldo e Francisco Conceição, ambos a atirar por cima, esteve de mãos dadas com o apito do árbitro belga Lawrence Visser, que afetou o ritmo da partida ao assinalar constantes faltas desnecessárias.
Fórmula Varsóvia
60 minutos. A hora clássica para as mexidas dos treinadores fez Roberto Martínez voltar, em parte, à fórmula Varsóvia. Rafael Leão, Rúben Neves e Bernardo Silva trouxeram as melhorias ao jogo da seleção portuguesa, mas a baliza de Gordon continuava a passar ao lado do jogo, tal como a de Diogo Costa, diga-se.
De cadeirinha, sentados com os seus copos de whisky, os jogadores escoceses esperavam uma oportunidade caída do céu. Festejaram-se cantos e contra-ataques, mas essa ocasião clara nunca surgiu e o jogo arrastou-se lentamente (muito lentamente) para o fim.
No melhor lance de Portugal em toda a segunda parte, com Rafael Leão finalmente a conseguir desequilibrar, Gordon negou o golo a Bruno Fernandes (86') e o nulo durou até ao final de um jogo que vamos todos esquecer bem depressa.
O apuramento, esse, fica para a próxima pausa internacional.
Homem do jogo Flashscore: Vitinha (Portugal)