Portugal tinha a arma guardada no banco: Cristiano Ronaldo decide contra a Escócia
Recorde aqui as principais incidências do encontro
Portugal tinha entrado com uma vitória na Liga das Nações, mas a exibição frente à Croácia não foi propriamente convincente, pelo menos não para conseguir fazer esquecer a desilusão no Euro-2024. Perante um adversário mais frágil e poucos dias depois, Roberto Martínez fez alguma gestão no onze inicial, com a principal novidade a ser a ausência de Cristiano Ronaldo no banco de suplentes, que foi substituído por Diogo Jota. Nélson Semedo, João Palhinha e António Silva foram as restantes alterações.
Flancos verdadeiramente opostos
Os primeiros minutos foram intensos, mas mostraram que Portugal podia voltar a sentir dificuldades no setor mais recuado. Ainda à procura da opção para substituir Pepe (Gonçalo Inácio passou de titular a não-convocado), a equipa portuguesa voltou a mostrar desorganização neste aspeto e já se sabe que contra seleções como a Escócia, que tentam aproveitar cada meia oportunidade para fazer um golo que permita baixar ainda mais as linhas, um só deslize pode ser fatal.
Os escoceses já tinha mostrado superioridade no jogo aéreo, mas foi sobretudo o mau posicionamento da linha defensiva que acabou por deixar Scott McTominay isolado para abrir o marcador (7') após cruzamento teleguiado de Robertson.
O golo escocês teve pelo menos o condão de fazer agitar a equipa portuguesa, mas foi aí que também ficou evidente um dos problemas de Portugal nesta partida. Se na esquerda Rafael Leão, sobretudo, e Nuno Mendes iam dando problemas e começaram a ameaçar a baliza de Gunn em ocasiões consecutivas, o lado oposto foi isso mesmo, um oposto do que estava a ser o esquerdo.
Com Nélson Semedo num papel que não o favorece e Pedro Neto muito mais interessado em fazer movimentos interiores, a equipa portuguesa foi previsível e o passar dos minutos só serviu à Escócia, que desde cedo atrasou ao máximo as reposições de bola.
Claro que se Gunn não tivesse defendido os remates de Leão (20') e Diogo Jota (23'), ou António Silva não desperdiçasse duas ocasiões de cabeça, estaríamos a falar de um jogo diferente, mas a eficácia, apontada por Roberto Martínez como a única falha de Portugal no Euro-2024, não podia ser a única desculpa para que a equipa nacional chegasse ao intervalo a perder, em casa, frente à Escócia.
Quando recolheu aos balneários, Martínez chamou Ronaldo, na esperança que o capitão da seleção nacional resolvesse esse problema.
Gunn deu tiro nos pés, Ronaldo fez golo 901
Não terá sido propriamente a influência de Cristiano Ronaldo que ajudou Portugal a chegar ao empate, mas o certo é que a entrada do avançado deu outra confiança aos jogadores portugueses e outra responsabilidade à defesa escocesa.
Com o avançado do Al Nassr a passar a ser referência ofensiva, Rafael Leão encontrou Bruno Fernandes com mais espaço à entrada da área e o aniversariante celebrou também o 1-1, com um remate de pé esquerdo com contribuição de Gunn (54'). O guardião escocês já tinha brilhado na primeira parte, mas teve culpas no cartório do empate português.
Só que, ao contrário do grau de previsibilidade que muitas vezes assola a seleção nacional, Portugal foi imprevisível na forma como reagiu... ao golo marcado.
Sem que nada fizesse prever, o golo fez com que a Escócia começasse a pressionar mais alto e Portugal ficou aos papéis. Sem referência na construção (Rúben Neves não acrescentou quando entrou ao intervalo) e com António Silva aos papéis, os escoceses ganharam confiança e as mudanças de Roberto Martínez não ajudaram.
Após 20 minutos pouco conseguidos da seleção nacional, Portugal foi com tudo para o último quarto de hora, mas parecia que a falta de eficácia iria continua a ser problema. Gunn evitou o golo de Félix e Cristiano Ronaldo acertou, no mesmo minuto, em cada um dos postes da baliza escocesa.
No entanto, a equipa portuguesa não desistiu e uma jogada individual de Nuno Mendes abriu espaço para que Cristiano Ronaldo aparecesse sozinho na pequena área (88') para voltar a decidir uma partida para Portugal, que é agora líder isolado do grupo.
Homem do jogo Flashscore: Bruno Fernandes (Portugal)