Roberto Martínez: "Tiago Djaló é um central muito interessante, Nuno Tavares tem condições especiais"
Lista de 26 jogadores: "Continuamos com os estágios anteriores, em que tivemos um maior grupo. Fizemos um grupo maior. Ter 26 jogadores ajuda, num período sempre difícil, a gerir os jogadores, a sobrecarga e os esforços. É importante continuar nessa forma. Preparamos os jogos para ganhar, não para empatar e apurar. A ideia é ganhar, conquistar os seis pontos, mas crescer. Vimos, no estágio anterior, contra a Polónia, um desempenho com muita maturidade. Precisamos de continuar. Queremos ganhar, mas o 'como' é ainda mais importante."
Tiago Djaló e Nuno Tavares: "O importante é que temos três regressos. O grupo é maior, temos mais jogadores, importantes, com valências diferentes. O Tiago Djaló é um central muito interessante. Acompanhámos o Tiago, no Lille. Teve a sua lesão, mas tem uma fisicalidade e pode ser muito importante. Abre-se a oportunidade, com as lesões de Gonçalo Inácio e Rúben Dias. É um desafio, na linha defensiva. Perdemos 200 internacionalizações nos três últimos meses, com a saída do Pepe e a lesão do Rúben Dias. O Renato Veiga já esteve no estágio de outubro, tal como o Tomás Araújo. É uma boa oportunidade, mas é fácil compreender o Nuno Tavares, um jogador com condições especiais. Teve um começo de época espetacular. É um jogador muito interessante para a seleção."
António Silva e João Félix: "No caminho da formação, os jogadores têm momentos difíceis. O importante é o compromisso e a atitude quando estão na seleção. O António Silva, em todos os jogos pela seleção, teve desempenhos de alto nível. Faz parte de crescer e poder sentir que é importante na seleção. O João Félix tem uma qualidade incrível, temos muitos jogadores para essas posições, mas gosto da qualidade dele entre-linhas, em espaços reduzidos. É um jogador diferente dos que temos e precisamos. É um estágio importante para ele. São jovens, mas têm experiência na seleção."
Muitos defesas nos 26 convocados: "O motivo é claro. Estamos a falar de jogadores polivalentes. Renato Veiga pode jogar a central e trinco. Temos as posições de Nuno Mendes e Diogo Dalot, que podem jogar a laterais e a centrais, como já fizeram. Os adversários jogam linha de cinco, precisamos de jogadores que joguem por fora, e queremos um equilíbrio, com uma escolha de continuidade e valências diferentes. Gostei muito do desempenho do Diogo Dalot, contra a Polónia, assim como do Nuno Mendes, mas jogadores como Tiago Djaló podem ser importantes para o futuro. Precisamos de começar agora a substituir o que o Rúben Dias, que é um jogador excecional, está a fazer na seleção."
Substituto de Diogo Jota: "Temos muita qualidade, jogadores virtuosos, mas precisamos de olhar para jogadores que podem chegar à área e finalizar oportunidades. Neste estágio, o Cristiano Ronaldo é um ponta-de-lança claro, mas também gostamos de utilizar o João Félix e o Pedro Neto nessas posições. O foco era continuar com os jogadores que já estiveram na seleção, porque há muita competitividade no ataque. Não é um problema, é a forma de chegar ao último terço. A qualidade dos jogadores de ataque é de alto nível, não tenho preocupações. Temos de trabalhar na sincronização e no equilíbrio no último terço, porque temos jogadores de segunda linha de muita capacidade."
Rúben Amorim no Manchester United: "Só tenho de lhe desejar os maiores sucessos a nível pessoal e profissional, nesta nova etapa. É um patamar diferente, conheço o campeonato muito bem. O sucesso dele é o sucesso do futebol português. O Bruno Fernandes é um jogador experiente, com muita responsabilidade. Acontece, nas equipas de muita exigência, situações em que os desempenhos são melhores ou piores. Faz parte."
Falta de médios canhotos: "Falei com o Samu e do Samu. Gostei muito do perfil dele. O nosso pé canhoto, no meio, é um jogador de futuro e presente. Está fora dos 26 porque temos mais jogadores. Agora, a aposta é nos jogadores de ataque. Não temos o Diogo Jota, e a decisão é ter muita competitividade nos jogadores de segunda linha, como Matheus Nunes, Otávio, Pedro Gonçalves, que podem chegar ao último terço. É o estágio para eles, mostra o momento de forma dos jogadores. Com o momento de forma do Palhinha e a polivalência do Renato Veiga, não precisamos, neste estágio, de um jogador defensivo como o Samu. Mas preciso de dizer, publicamente, que gostei muito do Samu. É um jogador muito interessante para o futuro da seleção."
Balanço da fase de grupos: "Não concordo com isso dos sorteios simpáticos, não há. Há é desempenhos profissionais e jogos bem preparados, que foi o que fizemos, com um grupo de jogadores que marcou golos, foram objetivos e tiveram qualidade. Queremos ganhar e apurar-nos, mas o foco é crescer. Temos mais experiência, estamos a abrir competitividade na seleção e continuamos a trabalhar. Se ganharmos quatro jogos, o estágio é o mesmo. Somos uma equipa que está a jogar muito bem entre as áreas. Agora, é o último terço o mais importante. O estágio de novembro é essencial. Queremos apurar-nos frente aos nossos adeptos, que é ainda mais importante."
Importância de Rúben Dias: "Uma seleção tem de estar preparada para o adversário e para as lesões, fazem parte do futebol. O Rúben é um jogador muito importante para nós, porque é um treinador no relvado. É um jogador-chaves, ajuda os jovens, comunica muito bem e controla a linha defensiva. Agora, temos um desafio, que é uma oportunidade para os outros jogadores, mas também um desafio para todos. Precisamos de continuar com a capacidade de ganhar jogos sem o Rúben. É bom olhar para trás e agradecer o que é o Rúben Dias para a seleção, mas, agora, é tentar o desafio de, todos juntos, ajudar os jogadores a desfrutar da responsabilidade."
Toti Gomes novamente de fora: "É um jogador que acompanhamos, gostamos muito dele, mas também abrimos a competitividade. O começo de época do Renato Veiga deixou-o à frente. Gosto de ter honestidade, fazemos um trabalho muito profissional, e, depois, é o futebol que dá oportunidades aos jogadores, que têm de estar preparados para quando a oportunidade chega. O Renato Veiga teve a sua oportunidade, aproveitou muito bem, e, no futuro, o Toti continua a bater à porta e a estar preparado. É um orgulho jogar pela seleção. Temos de ter esse sentimento nos jogadores que podem jogar pela seleção."
Avançados móveis para blocos baixos? "O bloco baixo não é um problema para Portugal, é um problema do futebol. É mais fácil proteger a baliza com onze jogadores do que marcar um golo, sempre foi assim. Há muitos exemplos, mas gostamos de jogar contra blocos baixos, porque temos a bola, e precisamos da bola. É preciso tempo para jogar juntos e ter uma boa relação e criar oportunidades, mas ter bola é importante. O problema de jogar com blocos baixos é sofrer golos. Nós, até agora, não tivemos esse problema. Gosto muito de jogar contra blocos baixos, porque temos a bola, mas queremos melhorar. O papel de todos os jogadores é dar competitividade. Uma coisa é chegar à seleção, outra é ganhar espaço e papel dentro da seleção, com treinos, atitude e trabalho. Gosto muito das opções que temos. Só podem jogar 11 de início, e temos 26 jogadores. Há sempre jogadores à espera. É importante criar um ambiente onde os jogadores estejam tranquilos e preparados para fazer a diferença. Sinto que temos isso, no balneário, que é importante."
Importância de não sofrer golos: "Procuramos o jogo perfeito, que é marcar seis golos e não sofrer, mas isso não acontece. O importante é ganhar, mostrar uma ideia de jogo clara, reagir quando há dificuldades. No jogo contra a Polónia, durante 70 minutos, estivemos a um alto nível. Depois de sofrer o golo, a reação foi incrível. Gosto mais disso do que de manter a baliza a zero. A personalidade de uma equipa é mostrar tudo o que pode fazer quando tudo corre bem, mas também como pode lutar e reagir quando o jogo está difícil. Isso é caráter, personalidade e compromisso. Gostei muito disso. Procuramos o jogo perfeito, mas gosto de ganhar jogos."
Ausência de pontas de lança: "É um desafio do futebol português, o ponta de lança. É um perfil de jogador que não é fácil de encontrar. A nossa decisão foi procurar soluções dentro dos jogadores de ataque que temos, na seleção. Há jogadores Fábio Silva, de quem o percurso estou a gostar muito, Tiago Tomás, que é um jogador diferente que está a crescer... Temos avançados, mas, para crescer como equipa, é uma boa oportunidade para demonstrar que podemos marcar golos com jogadores de segunda linha. É o trabalho que vamos fazer, neste estágio."