"Já narrei esboços deste texto centenas de vezes na minha cabeça, mas adiei sempre escrevê-lo. Grande parte por não saber exactamente o que ressaltar, mais do que por não estar certa da minha decisão", começou por escrever Matilde Fidalgo nas redes sociais.
"Comecei a jogar perto dos seis anos, agora tenho trinta. Foi uma vida, ainda que apenas parte, por força das circunstâncias, tenha sido feito profissionalmente. Não obstante, o meu compromisso foi sempre o mesmo, desde menina, federada ou não, profissional ou não. Procurei sempre cumprir com as minhas obrigações e deveres, ser exemplar", acrescentou a lateral-direita.
"Quando percebi que o futebol faria parte da minha vida, afirmei sempre que me reformaria nova. O tempo foi chegando, ultrapassou até aquilo que eu tinha projetado, mas a sensação que estava na hora, nunca chegou, fui adiando… Chegou agora! Outras prioridades surgem, um novo ciclo virá e eu fecho esta bonita história, repleta de momentos bons que gosto de recordar, momentos tristes que me fizeram crescer e saudades que me farão querer estar de alguma forma ligada ao que por aí vier, nem que seja como espectadora", explicou Matilde Fidalgo.
"Foi bonito fazer parte de uma era revolucionária do futebol feminino, marcada por um crescimento exponencial do qual fiz parte ativa. Ficam comigo, na memória, os momentos históricos dos qual fiz parte, os títulos e prémios que conquistámos e conquistei. As alegrias e as tristezas. A realização e a frustração. As dores e os alívios. Os países, realidades e pessoas que conheci, as amizades que forjei e muitíssimas histórias para recordar. Foi bom!", concluiu a internacional portuguesa.
Matilde Fidalgo começou a carreira no São João de Brito, de onde saiu para o Futebol Benfica, onde se sagrou campeã nacional. Passou depois por Sporting e SC Braga antes da primeira experiência no estrangeiro, ao serviço do Manchester City. Regressou a Portugal para jogar no Benfica, voltou a emigrar para representar o Betis e, na última temporada, representou o Famalicão.