Opinião: Da aposta do FC Porto no feminino à final da Champions em Alvalade
Equipa do FC Porto arranca na III Divisão
Recentemente, após a eleição de André Villas-Boas como presidente do Futebol Clube do Porto para o próximo quadriénio 2024-28, saíram várias notícias sobre a entrada do emblema azul e branco (finalmente!) nas competições nacionais de futebol feminino.
A decisão de entrar em competição na 3.ª divisão e construir um projeto sustentável para o seu futuro é, para mim, uma escolha inteligente por parte do clube portista, ao contrário da eventual possibilidade de avançar diretamente para a Liga através de uma parceria com outra equipa.
Considerando as dificuldades financeiras que a atual direção encontrou no clube e entendendo que a entrada direta na primeira divisão iria trazer um encargo financeiro elevado para o momento, o início na terceira divisão dá possibilidade de criar uma equipa humilde, com margem de progressão e com um investimento financeiro menor, mas que permitirá ao clube crescer, criar um departamento sólido para o futebol feminino, arrecadar novas atletas para os escalões de formação e, possivelmente, ganhar títulos.
Não tenho dúvidas que o objetivo do clube passará por subir de divisão e disputar a Liga nas próximas épocas, mas a forma como se constrói a base do projeto dará uma sustentabilidade e coerência maior para o futuro dos dragões. Recuperar os anos de atraso relativamente à implementação sénior ao começar desta forma, faz-me acreditar que o futuro do FC Porto no futebol feminino é, acima de tudo, um futuro promissor.
FPF adota com efeito imediato novo protocolo de maternidade da FIFA
"Estas mudanças alargam o âmbito dos direitos e proteção à adoção. Reconhecerão também as dimensões físicas, psicológicas e sociais em caso de incapacidade de trabalhar devido a menstruação intensa ou complicações médicas relacionadas com a gravidez", informou a FIFA.
Há três anos, enquanto desempenhava funções como treinadora adjunta na equipa A feminina do Valadares Gaia Futebol Clube que disputa a Liga, implementei, juntamente com a minha equipa técnica, uma forma de acompanhamento do ciclo menstrual das nossas jogadoras com o objetivo de conseguirmos perceber de forma específica qual o impacto que este teria tanto a nível físico, mental e emocional.
Equipas como o Barcelona e Lyon, que este ano disputaram a final da Liga dos Campeões, já o faziam na altura e nós tentamos… Fomos audazes, quebramos barreiras comunicativas e abrimos caminho à compreensão do corpo da mulher.
A jogadora é sempre colaborativa, é a primeira a dar os passos certos para que tudo o que esteja relacionado com o futebol e com a mulher seja cada vez mais pensado e estruturado.
Estas novas medidas dão melhores condições às nossas atletas em Portugal e, acima de tudo, trazem mais informação para quem está inserido na estrutura dos clubes e nas suas equipas técnicas.
Liga dos Campeões 2024/25: final disputa-se em Alvalade
Pela segunda vez na história do futebol feminino haverá uma final da Liga dos Campeões em Portugal. No ano em que há duas equipas portuguesas apuradas para a competição, SL Benfica e Sporting, a final realiza-se novamente na capital portuguesa, mas desta vez com um impacto bem diferente do da última vez.
Há, precisamente, dez anos, a final foi disputada no Estádio do Restelo, sendo que o Atlético Ouriense disputou a fase de grupos e a competição foi ganha pelo Wolfsburgo. Estiverem presentes no estádio apenas 11.217 pessoas.
Note-se a diferença, por exemplo, esta época 2023/24, a final realizada em Bilbau – Estádio de San Mamés, foi acompanhada in loco por 50.827 adeptos.
Em suma, espera-se uma grande final em Portugal, num estádio com capacidade para mais de 50 mil espectadores e que certamente marcará o país como o maior evento de futebol feminino realizado em território nacional.
Ajustamento na Liga BPI e o fim dos relvados sintéticos
A época 2024/25 ainda terá 12 equipas (será reduzida para 10 em 2025/26) e todos os jogos serão realizados em relvado natural, uma nova exigência do regulamento já definida há duas épocas.
Atualmente, Valadares Gaia FC, Clube Albergaria, Länk Vilaverdense, Damaiense, jogam em campos sintéticos. O CS Marítimo e FC Famalicão foram alternando o campo e por consequência o tipo de relvado em que foram jogando.
No entanto, podemos considerar para a época 2024/25:
- SL Benfica: Campo nº1 – Benfica Campus
- Sporting: Estádio Aurélio Pereira
- Racing Power: Estádio do Jamor (se a parceria se mantiver)
- SC Braga: Campo 1º de Maio
- SC Torreense: Campo Manuel Marques
- CS Marítimo: Estádio da Imaculada da Conceição
- FC Famalicão: Complexo Desportivo Municipal de Famalicão
- Valadares Gaia FC: ?
- Damaiense: ?
- Estoril Praia: ?
- Länk Vilaverdense: ?
- Clube Albergaria: ?
Tendo em conta a diminuição do número de equipas na Liga para 2025/26, espera-se uma luta ainda mais intensa para a nova temporada, em virtude da pressão que muitas equipas poderão sentir na preparação da época 2024/25.