Campeão europeu vergado a um pequeno génio: Manchester City vence Real Madrid (4-0)
A fórmula do Manchester City de Pep Guardiola está definida no final desta época. Um quarteto de defesas que se transforma em três com a subida de John Stones para o meio-campo e Bernardo a consolidar-se na faixa direita, com Grealish Grealish a espalhar o caos pela esquerda.
No Real Madrid, Ancelotti operou uma surpresa. Importante na forma como conseguiu anular Haaland na primeira mão, Rudiger começou o jogo no banco, com Alaba a formar dupla de defesas com Militão. Lesionado diante do Getafe, Camavinga foi titular novamente no lado esquerdo.
Déjà vu
Pensar em Pep Guardidola é pensar no Barcelona que dominou a Europa do futebol com exibições tão avassaladoras que todos se questionaram se aquela era a melhor equipa de sempre da história do futebol. As passagens por Bayern e Manchester City trouxeram uma faceta diferente do treinador catalão, mas esta noite, o Etihad voltou a ter um déjà vu daquilo que ainda tantas saudades deixa na Cidade Condal.
Durante 45 minutos, o Manchester City banalizou o Real Madrid que tem dominado a Liga dos Campeões como poucos conseguem. Abafou todos e quaisquer fantasmas que pudessem ter ficado do último ano e assumiu-se definitivamente como uma potência europeia. Modric e Kroos, donos de uma sabedoria infinita no meio-campo viram-se sem forma de responder às incursões de Gundogan e De Bruyne. Se há uma semana Camavinga tinha-se imposto fisicamente a Bernardo Silva, desta feita o jovem francês pouco pode fazer perante o inspirado internacional português.
Um pequeno génio
Foi muitas vezes elogiado por Pep Guardiola, mas está longe dos holofotes do goleador Haaland ou das assistências teleguiadas de Kevin De Bruyne, mas Bernardo Silva mostrou esta noite que tem um lugar à mesa dos melhores jogadores da atualidade.
Depois de Courtois ter negado dois golos feitos a Erling Haaland, o português de 28 anos deu expressão ao domínio avassalador do Manchester City. Numa jogada construída pelo lado direito, De Bruyne recebeu, colocou o passe teleguiado em Bernardo Silva (23 minutos) que bateu o guardião merengue pela primeira vez.
Aos 37 minutos voltou a aparecer no sítio certo. A incursão de Gundogan ressaltou nos pés de Militão e na área apareceu Bernardo Silva a cabecear para o fundo das redes. Juntou-se a Messi e Lewandowski como os únicos a marcar dois golos ao Real Madrid na meia-final da Liga dos Campeões.
O 2-0 com que a partida chegou ao intervalo parecia escasso, para tal domínio de um Manchester City perante um Real Madrid desorientado e que o melhor que conseguiu foi um remate de Kroos à trave.
Reveja aqui as principais incidências da partida
Controlar
Se há coisa que a época passada demonstrou é que a última edição da Liga dos Campeões no demonstrou é que o Real Madrid nunca está derrotado. Dono de 14 Champions, o emblema espanhol sabe todos os segredos da principal competição europeia de clubes e consegue sempre encontrar forma de se manter vivo.
Contudo, no Etihad ninguém parece sentir que o Real Madrid ia conseguir dar a volta à eliminatória. O emblema espanhol pareceu vulgarizado e fora tentativas esporádicas (Alaba obrigou Ederson a grande defesa), nunca conseguiu criar calafrios.
O autogolo de Militão (76 minutos), já depois de Haaland ter visto mais um golo negado por Courtois (continua sem marcar ao Real Madrid) e o golo de Julian Álvarez (90+1 minutos) foram as machadadas finais de um Real Madrid que se pode dizer com sorte no Etihad.
Depois da derrota no Porto, o Manchester City volta a uma final da Liga dos Campeões e vai discutir com o Inter a hipótese de conquistar pela primeira vez o maior troféu de clubes europeus, no dia 10 de junho, em Istambul. E chega com o tónico de uma das melhores exibições da história recente da Liga dos Campeões.
Homem do jogo Flashscore: Bernardo Silva (Manchester City)