De Kaká a Hazard: o desempenho dos últimos "galáticos" do Real Madrid
Apesar de Bellingham aterrar no Santiago Bernabéu com a intenção de renovar o meio-campo dos merengues, as dúvidas sobre o seu desempenho persistem. Em primeiro lugar, Carlo Ancelotti não anunciou o sistema de jogo que vai utilizar na próxima temporada. O clássico 4-3-3 que o Real Madrid implementou na última década está ameaçado pela idade de estrelas como Modric (37 anos) e Kroos (33). O 4-4-2, por outro lado, parece ser uma opção viável que está a ser estudada em Valdebebas.
Enquanto Ancelotti define o plantel do Real Madrid para 2023-2024, Bellingham entra na lista das contratações galáticas do Real Madrid. Os adeptos, desiludidos após o fracasso da contratação de Eden Hazard, vão exigir o máximo do jogador. Já o clube, talvez, não mostre a paciência que teve com o belga.
Os mais recentes 'galáticos' deixaram algumas dúvidas em campo. Eis o desempenho das últimas contratações de topo do Real Madrid:
2009-2010: Ricardo Kaká
Kaká era, sem dúvida, uma das grandes promessas do futebol brasileiro. Jovem, rápido e com uma definição invejável, o criativo jogador levou o Milan ao sétimo título da Liga dos Campeões. A conquista da "orelhuda" valeu-lhe a Bola de Ouro e, logo a seguir, a transferência para o Real Madrid (67 milhões de euros).
Na capital espanhola, porém, as suas prestações caíram a pique. As lesões castigaram um jogador fantástico, que disputou apenas 129 jogos em quatro temporadas, marcando apenas 29 golos e dando 33 assistências na sua passagem pelo Real. No final do seu contrato, regressou como jogador livre ao AC Milan, onde também não foi consistente.
2009-2010: Cristiano Ronaldo
A janela de transferências de 2009 ficará na memória dos adeptos merengues. Naquele ano, Florentio Pérez investiu milhões na tentativa de anular o "dream team" de Guardiola. Cristiano Ronaldo, um jovem jogador que tinha acabado de conquistar a Europa e Inglaterra com o Manchester United, foi contratado por 94 milhões de euros.
Desde o início, a sua presença influenciou o desempenho da equipa. Em nove épocas, Ronaldo conquistou 16 títulos, incluindo quatro dos cinco títulos da Liga dos Campeões. O português também marcou 451 golos em 438 jogos, tornando-se o melhor marcador de sempre do clube.
2013-2014: Gareth Bale
O expresso de Cardiff é um jogador injustamente criticado pelos exigentes adeptos do Real Madrid. Apesar de ter mostrado um nível baixo nas últimas épocas, Bale foi fundamental nos três títulos consecutivos da Liga dos Campeões conquistados por Zidane, marcando um golo na final em Kiev; marcando um penálti contra o Atlético; assistindo Sergio Ramos com um toque subtil de cabeça em Milão e integrando um ataque impressionante - a mítica parceria BBC (Bale, Benzema, Cristiano).
Bale, transferido por 110 milhões de euros, ganhou 20 títulos como jogador do Real Madrid: realizou 237 jogos, marcou 72 golos e deu 34 assistências. Sem lesões ou polémicas, teria um lugar diferente na história do clube.
2014-2015: James Rodríguez
Atualmente sem clube, Rodríguez chegou ao Real Madrid (75 milhões de euros) depois de se ter tornado o melhor marcador do Mundial 2014, batendo Tomas Müller e Leo Messi na corrida ao prémio. O colombiano marcou ainda o melhor golo da competição frente ao Uruguai.
Em Madrid, no entanto, o seu nível foi uma montanha-russa: com Ancelotti como treinador, registou números bastante positivos. Com Benítez e Zidane, por outro lado, foi afastado devido a lesões e ao bom desempenho do trio Casemiro, Kroos e Modric. James marcou 37 golos e fez 42 assistências durante a sua passagem pelos merengues. Nunca conseguiu ganhar um lugar a titular no clube.
2019-2020: Eden Hazard
Um dos maiores falhanços de Florentino Pérez. O belga foi chamado para ser a referência do ataque blanco após a saída de Cristiano Ronaldo, no entanto sucumbiu à pressão. As lesões, a falta de treino e as decisões táticas afastaram-no cada vez mais da equipa titular. Na época passada, Ancelotti pouco ou nada contava com ele. Em quatro anos, marcou 7 golos e fez 9 assistências. Ganhou uma Liga dos Campeões em que a sua participação foi mais do que irrelevante.
Neste verão, perante as enormes dúvidas sobre o seu desempenho, rescindiu o seu contrato com o Real Madrid. Atualmente, tal como James Rodriguez, está sem equipa e, aos 32 anos, pondera uma possível reforma como profissional.
2022-2023: Aurelién Tchouameni
Substituir Casemiro era uma tarefa complexa para qualquer um. Para Tchouameni, pelo contrário, parecia que a tarefa seria fácil. O francês, contratado por 80 milhões de euros, brilhou nos seus primeiros jogos como jogador do Real Madrid. O seu desempenho, tanto na Liga dos Campeões como na La Liga, foi impactante.
Após o Campeonato do Mundo, infelizmente, foi afetado pelo desgaste. O francês perdeu a titularidade e começou a suscitar dúvidas. Ancelotti, forçado pelas circunstâncias, fez regressar Federico Valverde ao meio-campo e mandou o francês para o banco.
Na sua primeira época, fez 50 jogos, deu 4 assistências e ainda não marcou qualquer golo como jogador do Real Madrid.