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Dez jogos inesquecíveis disputados na neve... e um triunfo em português

André Guerra c/ Massimiliano Macaluso
Galatasaray-Juventus antes da suspensão
Galatasaray-Juventus antes da suspensãoProfimedia
No dia de Natal, queremos recordar os jogos que ficaram na memória colectiva e que foram disputados num campo totalmente branco e com uma bola vermelha: do Tromsø-Chelsea ao Bayern de Munique-PSG, passando por um Galatasaray-Juventus.

Com a chegada da época de inverno, acontece, embora com pouca frequência, que os jogos sejam disputados na neve. E quando isso ocorre, os jogos em causa tornam-se imediatamente acontecimentos inesquecíveis.

Em Portugal, por exemplo, ainda não houve um jogo assim esta época. Mas, quem sabe, os meses de janeiro, fevereiro e março poderão trazer-nos um campo totalmente branco e com a bola vermelha utilizada apenas nestas ocasiões.

No dia de Natal, recordamos alguns dos jogos memoráveis disputados nos últimos tempos.

Juventus, cliente habitual

Devido à localização geográfica de Turim, os Bianconeri já jogaram várias vezes na neve.

Dois desses jogos remontam ao período em que a Juve ainda jogava no Delle Alpi: um é o duelo da Liga dos Campeões contra o Basileia (4-0, 11 de dezembro de 2002), outro é o jogo da Serie A contra o Siena (4-2, 18 de janeiro de 2004).

Em dois outros casos, a equipa piemontesa teve de jogar em condições climatéricas extremas, mas fora de casa: em 01 de dezembro de 2010, quando Del Piero e companhia visitaram o Lech Poznan, num dos jogos da fase de grupos da Taça Uefa.

O outro remonta a dezembro de 2013 e é o famoso Galatasaray-Juventus, um jogo que foi interrompido e depois repetido na tarde seguinte e que custou a eliminação da equipa então treinada por Antonio Conte, vítima de uma superfície de jogo inadequada (e também voluntariamente arruinada pelos turcos).

Bayern de Munique-PSG

Não é difícil encontrar neve em Munique, onde o jogo do campeonato contra o Union Berlin teve de ser cancelado há alguns dias.

Na absurda Liga dos Campeões de 2020/2021, disputada à porta fechada devido à COVID-19, alemães e franceses defrontaram-se na primeira mão dos quartos de final debaixo de um forte nevão, ainda mais imprevisível tendo em conta a época do ano, pois estávamos a 7 de abril.

Embora muitos só tenham lembranças dessa partida por causa da neve, terminou com um 2-3 a favor dos visitantes.

O Hawthorns esbranquiçado

Era o Arsenal de Mikel Arteta, que ainda não era capaz de lutar pelos lugares cimeiros e o título.

Alguém certamente se recordadrá do jogo que venceu em casa do West Bromwich, não por causa do resultado final (0-4) ou do desempenho de um muito jovem Bukayo Saka, mas por causa do clima que afetou o jogo inaugural de 2021.

A capital da Lapónia

É muito mais normal encontrar neve quando se joga perto do Pólo Norte.

Foi o que aconteceu ao Chelsea em 1997, quando defrontou o Tromsø nos oitavos de final da Taça dos Vencedores das Taças de 1997/98.

E apesar de ser "apenas" outubro, o relvado da cidade norueguesa já estava coberto de neve e a equipa onde jogavam Gianluca Vialli e Gianfranco Zola perdeu por 3-2.

O Clássico da Neve

Há um jogo que norte-americanos e costa-riquenhos provavelmente nunca esquecerão, disputado a 22 de março de 2013 no Dick's Sporting Goods Park, em Commerce City, Colorado.

As duas seleções disputavam um lugar no Campeonato do Mundo do ano seguinte e os Estados Unidos venceram por 1-0, mas o jogo permanecerá indelével pela amarga polémica sobre quem permitiu a sua realização, dadas as condições que chegaram a pôr em risco a saúde dos próprios jogadores.

Um sul-americano à vontade no frio

Na época 2010/2011, a caminho de conquistar o título da Liga Europa, o FC Porto viajou para Viena para defrontar o Rapid na quinta jornada da fase de grupos. O triunfo (1-3) garantiu o primeiro lugar dos dragões, mas o jogo não começou de feição para a equipa de Villas-Boas, depois da lesão de Nuno Espírito Santo, no aquecimento, e de um erro de Helton que permitiu aos austríacos chegar à vantagem. 

O trinco Fernando também se lesionou antes do golo austríaco e, perante as dificuldades impostas pela neve, a equipa alterou a filosofia e optou pelo jogo direto. Ainda antes do intervalo, Radamel Falcao empatou ao aproveitar a indecisão defensiva.

Falcao festeja o segundo golo em casa do Rapid Viena
Falcao festeja o segundo golo em casa do Rapid VienaProfimedia

Nos últimos 10 minutos da partida, o colombiano - que fez o seu primeiro jogo na neve - completou o hat-trick ao aproveitar duas bolas defendidas para a frente pelo guarda-redes - a tentativas de Hulk - e deu um passo importante naquela que viria a ser a caminhada triunfal dos azuis e brancos na competição.

A neve como uma catapulta para o mundo

Há 36 anos, na Taça Intercontinental de 1987, o FC Porto sagrou-se campeão mundial ao bater o Peñarol no frio de Tóquio. No dia 13 de dezembro, portugueses e uruguaios defrontaram-se debaixo de um nevão que não ajudou ao espetáculo futebolístico. 

O saudoso Fernando Gomes abriu o marcador, aos 42 minutos, ao empurrar um primeiro remate de Rabah Madjer, mas o Peñarol, orientado pelo lendário Oscar Tabarez, encontrou o empate, aos 80 minutos, num lance de insistência após um pontapé de canto. 

O tempo não dava tréguas, mas continuava-se a jogar. No prolongamento, voltou a aparecer o génio de Madjer, ao antecipar-se a um defesa e, vendo o guarda-redes adiantado, conseguiu um improvável chapéu que selou o triunfo da equipa orientada por Artur Jorge.