Em Barcelona, a vida sem Gavi
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"É um jogador insubstituível pela sua paixão, vontade e coragem", disse Xavi sobre o seu médio de 19 anos, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito com a Espanha, num jogo contra a Geórgia (3-1).
"Uma perda pesada" para o treinador dos atuais campeões espanhóis, que estão no fio da navalha no campeonato (4.º lugar, a quatro pontos do Real Madrid) e que esta terça-feira defrontam o co-líder do seu grupo na Liga dos Campeões (9 pontos), depois de uma derrota difícil de digerir frente ao Shakhtar Donetsk (1-0).
Com apenas 19 anos, Pablo Gavira, também conhecido como Gavi, já se tornou indispensável no clube e na seleção graças ao seu perfil único, à sua disponibilidade em campo e ao seu caráter. Desde que entrou em cena, com apenas 17 anos, em 2021, disputou 111 jogos pelos Blaugrana e 27 partidas pela La Roja, com a qual venceu a Liga das Nações da UEFA de 2023.
"Ele é a alma da equipa", resumiu o seu treinador Xavi.
Insubstituível
Apesar da estatura baixa, Gavi é um dos jogadores que mais vence duelos na LaLiga, não hesitando, por exemplo, em marcar Jude Bellingham ou em jogar-se no caminho do adversário para interromper um contra-ataque.
E apesar de o treinador catalão ter pedido à sua equipa para trazer para o campo um "espírito" e uma garra semelhantes aos do seu polivalente jogador, o Barça voltou a desiludir no sábado, no Rayo Vallecano, onde um auto-golo de Florian Lejeune salvou os catalães de uma derrota por 1-1.
O jogo foi marcado pela ausência do espanhol num meio-campo quase amorfo, apesar dos regressos de Frenkie de Jong e Pedri. Mas não se trata de apressar o regresso do antigo Golden Boy, que já foi operado e a quem Xavi pede "paciência".
"Sofri uma lesão semelhante. Tornei-me um jogador melhor e mais profissional. Aprendi a cuidar melhor de mim", avisou o campeão do mundo de 2010. Em 2 de dezembro de 2005, Xavi, então considerado uma das grandes esperanças do futebol espanhol, também rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho direito. Acabou por conseguir regressar a tempo do Campeonato do Mundo de 2006, na Alemanha.
"Se Xavi o fez, porque não Gavi?", questiona o diário desportivo AS, que vê um sinal no facto de o Euro 2024 também se disputar do outro lado do Reno.
Entretanto, o Barcelona vai ter de contar com o que tem à disposição (Romeu, De Jong, Pedri, Gündogan, Fermin Lopez), porque a contratação de um substituto está fora de questão, segundo o diretor desportivo Deco: "Gavi é um jogador que não se pode substituir. Não há nenhum jogador no mercado que possa fazer o seu trabalho, quer com a sua mentalidade, quer com as suas qualidades", afirmou o antigo internacional português.