Enrico Vanzini, o adepto de 100 anos do Inter que daria a "pequena pensão" por uma vitória
"A minha paixão começou quando tinha sete anos... Não podia ir (ao estádio) e não tinha dinheiro", explicou Vanzini, que já completou 100 anos, à Reuters.
Sobrevivente do Holocausto, Vanzini antevê com expectativa o jogo que opõe os rivais de Milão, esta quarta-feira, a contar para a primeira mão das meias-finais da Liga dos Campeões. Vai acompanhar o encontro a partir da casa de repouso onde se encontra, em Padua.
"Pedi a Deus que me dê a alegria de uma vitória do Inter e espero que ele concorde", contou, com uma camisola do clube vestida, com o seu nome inscrito nas costas.
"Faria tudo (por uma vitória), incluíndo (dar) a minha pequena pensão", acrescentou.
Acompanhe aqui as incidências do jogo da primeira mão
Soldado do exército italiano durante a Segunda Guerra Mundial, Vanzini foi capturado pelos alemães como prisioneiro de guerra depois de a Itália se ter rendido aos aliados em 1943 e sobreviveu aos últimos meses do conflito no campo de concentração nazi de Dachau.
Após regressar a casa, trabalhou como condutor de autocarros e camiões.
Vanzini, que recebeu a sua camisola do Inter como prenda do próprio clube pelo seu 100.º aniversário, começou por testemunhar sobre a sua experiência no Holocausto no início de 2000.
As suas manhãs começam consigo a olhar pela janela, à espera que o carteiro lhe entregue a Gazzetta dello Sport, o jornal desportivo mais popular de Itália. Tem também um iPad e aprendeu a ver desporto através das aplicações.
"No passado, costumava visitar amigos que tinham televisão... e se estivesse a conduzir o autocarro, costumava dizer às pessoas: "Não gritem, por favor, tenho de ouvir uma coisa". Era o relato dos jogos do Inter", recordou.
Admirador de Simone Inzaghi, o adepto defende que o treinador cometeu "muitos poucos erros". Ainda assim, não se escusou a sugerir algo que acredita que pode ajudar a equipa a vencer o AC Milan e a chegar à sua primeira final da Liga dos Campeões desde 2010.
"Na primeira parte, não devemos cansar-nos muito, todos devem manter-se no seu sítio", apontou.