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Entrevista Flashscore a Patrick da Silva: "É um ambiente de histeria nas Ilhas Faroé"

Simon Lindgren
Grande festa das Ilhas Faroé no relvado artificial da Suécia.
Grande festa das Ilhas Faroé no relvado artificial da Suécia.Profimedia
O lateral dinamarquês Patrick da Silva ajudou a fazer história quando o KI Klaksvík, das Ilhas Faroé, conseguiu uma vitória sensacional sobre o BK Häcken, da Suécia, na segunda pré-eliminatória eliminatórias da Liga dos Campeões, na quarta-feira. Agora, ele e o resto da equipa vão tentar aproximar-se cada ainda mais do sonho que é disputar a fase de grupos da Liga dos Campeões.

"Foi uma sensação irreal". Foi assim que o lateral dinamarquês Patrick da Silva descreveu o que sentiu depois da modesta equipa das Ilhas Faroé, o KI Klaksvík, ter sensacionalmente progredido para a terceira pré-eliminatória da Liga dos Campeões.

Um jogo muito renhido contra o BK Häcken da Suécia terminou com a alegria total após a marcação de grandes penalidades. Uma decisão da marca de 11 metros em que Patrick da Silva marcou o terceiro pontapé da equipa das Ilhas Faroé.

"Foi um drama enorme, do primeiro ao último minuto, em que todas as emoções entraram em jogo". afirma Patrick da Silva.

Patrick da Silva (à direita)
Patrick da Silva (à direita)Adam Ihse/TT/Ritzau Scanpix

A vitória também tem um significado muito especial. O Klaksvík vai certamente fazer parte de uma fase de grupos europeia esta época. Se avançarem mais uma ronda de qualificação para a Liga dos Campeões, garantem desde logo a Liga Europa. Se falharem, participarão na fase de grupos da Liga da Conferência Europeia.

É mais do que impressionante que a equipa das Ilhas Faroé tenha chegado tão longe. É também a primeira vez que uma equipa deste arquipélago participa numa fase de grupos de uma competição continental. Por isso, a alegria após o jogo de quarta-feira era enorme.

"O ambiente na equipa é absolutamente fantástico e, para alguns, é também extremamente comovente. Fazer história com uma equipa de futebol das Ilhas Faroé é enorme, e isso também se pode ver em muitos dos jogadores das Ilhas Faroé, que ficaram com lágrimas nos olhos depois do jogo". afirma Patrick da Silva.

No entanto, o lateral dinamarquês de 28 anos garante que não é só a equipa que está contente com o feito histórico.

"O ambiente nas Ilhas Faroé é de histeria. Acho que as pessoas não estão a falar de outra coisa neste momento. diz Da Silva e continua: "Neste momento, há uma festa de verão na cidade, onde há 10 000 pessoas que estão provavelmente prontas para nos receber. Nem consigo imaginar a loucura que vai ser".

Um plano de jogo claro e um espírito de equipa sublime

O Klaksvík pode ter sido o underdog nas duas rondas anteriores, mas, nos quatro jogos disputados, só sofreu dois golos no tempo regulamentar, e há uma razão muito especial para isso.

"Jogamos um futebol um pouco simples para evitar erros que sejam fatais. Somos bons no que fazemos. Bola parada e bolas longas, onde apanhamos a segunda bola e atacamos a partir daí. Ao mesmo tempo, mostrámos uma grande eficácia em frente à baliza". diz Patrick da Silva, que elogia os seus companheiros de equipa defensivos: "Somos muito bons na defesa. Temos três defesas que ganham todos os duelos na área, o que torna muito difícil para os adversários marcarem."

A defesa sólida e o ataque eficaz têm sido essenciais para a histórica equipa das Ilhas Faroé. No entanto, Patrick da Silva também salienta que, apesar de nem todos serem profissionais a 100 por cento, a vontade e a união são incrivelmente fortes.

"É uma cultura completamente diferente. Na Superliga, a relação entre os jogadores é muito profissional, ao passo que nas Ilhas Faroé é mais familiar. Treinamos cinco vezes por semana e jogamos partidas, então, mesmo que vários jogadores tenham outros empregos, estamos sempre prontos."

Mais surpresas?

O Klaksvík já passou quatro jogos das eliminatórias da Liga dos Campeões sem perder, o que é impressionante, considerando que a equipa não foi favorita em nenhuma das partidas.

Na primeira fase, o clube eliminou o Ferencvaros com uma vitória convincente por 3-0 na Hungria, depois de a primeira partida ter terminado sem golos nas Ilhas Faroé.

Na quarta-feira, foi a vez do BK Häcken morrer na Liga dos Campeões. A receita foi semelhante: o primeiro jogo terminou 0-0 nas Ilhas Faroé, enquanto na Suécia teve de ser decidido no desempate por grandes penalidades, depois de o jogo ter terminado 2-2 no tempo regulamentar e 3-3 no prolongamento.

Os resultados do KI Klasksvík
Os resultados do KI KlasksvíkFlashscore

Agora, os faroenses enfrentam o Molde, da Noruega, e apesar de a tarefa voltar a ser muito complicada, acreditam num novo milagre.

"Não há uma única pessoa na equipa que não acredite que podemos passar". diz Patrick da Silva e continua: "Se nos prepararmos bem e fizermos o mesmo que fizemos nas duas primeiras rondas, então temos definitivamente uma hipótese."

O antigo jogador do Brøndby não acredita que o Molde seja necessariamente um desafio maior do que a equipa sueca que acabou de eliminar.

"Há oportunidades para ir ainda mais longe. No papel, o Molde está provavelmente ao mesmo nível que o Häcken."

O Klaksvík tentará surpreender novamente quando o Molde visitar as Ilhas Faroé na terça-feira, 8 de agosto.