O futebol feminino tem dado importantes sinais de crescimento no Mundo nos últimos anos e Portugal não quis ficar atrás do fenómeno. A entrada dos projetos profissionais de Sporting e SC Braga, em 2016, foi muito importante para o aumento da qualidade interna, uma vez que estes dois clubes mostraram destreza para recrutar talento, e também para o desenvolvimento da formação, que hoje começa a dar frutos.
Dois anos mais tarde, um ano depois da presença histórica da Seleção Nacional numa fase final de uma grande competição (Euro 2017, nos Países Baixos), o Benfica juntou-se à "causa" e entrou pela porta da 2.ª divisão nacional com uma mensagem fortíssima para os demais.
Dos 0 aos 1000
O plantel das águias em 2018/19 era claramente desenquadrado com a realidade competitiva em que estava inserido e os números não deixam margem para dúvidas: 452 golos marcados (365 no campeonato) e seis sofridos (um no campeonato), sendo que a maior vitória foi 32-0 ao CP Pego.
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A internacional brasileira Darlene, por exemplo, terminou a temporada com 109 golos marcados, seguida pela compatriota Geyse (51 golos), hoje ao serviço do Manchester United, depois de se ter sagrado campeã da Europa na temporada passada ao serviço do Barcelona.
Além do brilharete no campeonato, a equipa então orientada por João Marques, atualmente treinador do Racing Power, conquistou a Taça de Portugal. Uma mensagem clara para os "rivais".
No ano seguinte, a aposta continuou forte e as encarnadas deram uma demonstração de que estávamos perante um projeto que ambicionava mais do que o contexto nacional. Receita: forte aposta na formação (ex. Kika Nazareth), recrutamento das melhores jovens a nível nacional (ex. Catarina Amado e Lúcia Alves) e olhar para jogadoras de qualidade de campeonatos periféricos (ex. Cloé Lacasse).
O resultado foi a conquista da Supertaça, Taça da Liga e do Campeonato, com mais de 100 golos marcados na principal competição de clubes em Portugal. Ou seja, em apenas dois anos de atividade, o Benfica completava a galeria de títulos e ainda alcançava a primeira qualificação para a Europa.
Seguiram-se mais três épocas de enorme sucesso, com vários títulos, muitos golos e mais um par de qualificações para a Liga dos Campeões. Numa altura em que o tricampeão nacional Benfica está com um pé e dois quartos de outro na fase de grupos da Champions, pelo 3.º ano consecutivo, o clube atingiu uma marca redonda em todas as provas.
Em Limassol, na goleada ao Apollon (0-7), o primeiro golo da canadiana Alidou foi o milésimo da história da equipa feminina - são agora 1.005 (365 na segunda divisão, 360 na Liga, 152 na Taça de Portugal, 66 na Liga dos Campeões, 50 na Taça da Liga e 12 na Supertaça).
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“Este número transmite consistência no trabalho e no projeto. Foi conseguido com muita competência das atletas e de todas as equipas de trabalho desde o ano zero. Queremos continuar a crescer e que o futebol feminino cresça dentro do clube. Queremos mais 1.000 e continuar”, afirmou a treinadora Filipa Patão.