Koundé apoia a opinião de Rodri: "Setenta jogos numa época é uma loucura"
O calendário exigente assusta a maioria dos jogadores das competições de elite e Jules Koundé (25 anos), em entrevista ao TribalFootball, apoiou a opinião do médio Rodri (28), do Manchester City, que também expressou negatividade sobre o assunto e até mencionou uma possível greve de jogadores.
A conferência de imprensa de quarta-feira, antes do jogo desta quinta-feira contra o Mónaco, para a Liga dos Campeões, mostrou o bom humor do jogador do Barcelona. Não só se falou do novo formato da prestigiada competição milionária de clubes, mas também das mudanças em Camp Nou e do calendário cada vez mais exigente dos jogadores.
Transformação da equipa do Barcelona: "Todos os elementos da equipa compreendem muito bem o que o treinador lhes pede. Com a chegada de Hans Flick, ganhámos um novo impulso e uma nova dinâmica. Ele é muito acessível, não diria que mantém a distância, mas também se pode ver onde estão os limites. Presta atenção aos pormenores. Exige que todos façam bem o seu trabalho, todos têm um trabalho a fazer e sentimo-nos responsáveis uns pelos outros. Estamos todos a trabalhar em conjunto".
Mudanças de tática: "O treinador pede-nos para sermos físicos, o que é uma boa jogada. Mas não podemos deitar fora tudo o que o Xavi nos ensinou. No ano passado, tivemos momentos difíceis, mas também momentos em que a equipa esteve bem. O Flick dá ênfase à intensidade e à concentração. Vê-se que ele compreende isso e isso reflete-se no campo."
Objetivos na Liga dos Campeões: "O objetivo deste clube é ganhar todas as competições em que participa. Sabemos que a competição é enorme e que é muito difícil ter sucesso na Liga dos Campeões, mas acreditamos que talvez o novo formato nos possa ajudar. No ano passado, fomos eliminados nos quartos de final, este ano queremos ir mais longe."
Declarações de Rodri: "Concordo com tudo o que ele disse. O calendário é cada vez mais longo, temos mais jogos e menos tempo livre. Há muito tempo que chamamos a atenção para este facto e ninguém repara em nós, não nos ouvem... É provável que chegue realmente o momento em que tenhamos de dizer basta e fazer greve. Talvez então eles tentem compreender-nos. Arriscamos cada vez mais todos os anos, 70 jogos numa época é uma verdadeira loucura".
Sobre uma possível greve: "Se as coisas não mudarem, pode ter repercussões a nível geral. Há sindicatos em diferentes países. Em França, são importantes. Mas as pessoas precisam de se organizar para poderem ter uma voz forte e receberem atenção. É mais poderoso quando a mensagem vem das massas do que de alguns indivíduos".
Novo formato da Liga dos Campeões: "Vejo as vantagens e as desvantagens, nada pode ser perfeito. Mas temos de o experimentar para formarmos uma opinião. Significa mais jogos para nós, mais carga de trabalho, mas o novo formato oferece mais hipóteses de sucesso."
Papel na equipa: "O treinador utiliza-me no lado direito da defesa, o que não é uma posição natural para mim, mas gosto de desafios e de oportunidades para melhorar. Sinto-me mais como um defesa central, mas cabe sempre ao treinador decidir como me quer utilizar. Se sou mais bem-sucedido ali ou acolá, é preciso julgar quem assiste aos jogos."
Lamine Yamal: "É um tipo que trabalha e respira para a equipa. O meu papel é também orientá-lo, ajudá-lo a desenvolver-se. Mas muitas vezes ele sabe desenrascar-se sozinho, tem um grande talento. Ajuda-me muito a mim e à equipa e faz com que pareça muito fácil e natural."