Liga dos Campeões: A simplicidade do futebol na vitória do Dortmund sobre o PSG
Reveja aqui as principais incidências da partida
No Dortmund, Edin Terzi apostou exatamente na mesma receita que serviu para eliminar o Atlético Madrid nos quartos de final da Liga dos Campeões. Füllkrug manteve o lugar na frente, servido por Jadon Sancho e Adeyemi, com Schlotterbeck e Hummels a formarem aquilo que se esperava ser outro muro amarelo.
Não é propriamente novidade, mas Warren Zaire-Emery continua a bater recordes. Titular no PSG, o médio tornou-se no segundo mais jovem a entrar no onze de uma partida das meias-finais da Liga dos Campeões. É apenas superado por Julian Draxler (17 anos e 226 dias) ao serviço do Schalke em 2011. Nuno Mendes e Vitinha também foram lançados de início por Luis Enrique, Danilo Pereira e Gonçalo Ramos ficaram no banco.
Conceitos simples
Um dos estádios mais temidos do futebol europeu, o Signal Iduna Park iria ser sempre um reforço para este Dortmund e os adeptos não desiludiram. Ouvir a famosa muralha amarela a cantar o You’ll Never Walk Alone a plenos pulmões é o suficiente para deixar qualquer jogador com sentido missão.
E missão será o que melhor descreve o Dortmund. Frente a um PSG que parece uma máquina bem oleada de Luis Enrique, com movimentos táticos em que Vitinha é o maestro e Mbappé o mágico, o emblema alemão respondeu com uma exibição feita de conceitos simples.
Aguentando a pressão, com muito trabalho defensivo de toda a gente, jogadores mais avançados incluídos, o Dortmund depois tentava sair rapidamente para o ataque e ameaçar a baliza de Donnarumma que foi obrigado a uma grande defesa para evitar a festa de Sabitzer.
O anti-glamour
Quando em campo estão algumas das maiores estreias do futebol mundial como Mbappé ou Dembélé, avançados conhecidos pelo virtuosismo, e até mesmo nomes como Jadon Sancho e Julian Brandt a quem a criatividade está sempre associada, acaba por ser poético que o marcador tenha sido inaugurado pelo nome menos glamoroso de todos os que compunham as unidades ofensivas.
A atingir o estrelato aos 30 anos depois de uma carreira perfeitamente banal no futebol alemão, Niclas Füllkrug deu corpo ao sonho do Dortmund em regressar a uma final europeia. Aos 44 minutos, Nico Schlotterbeck fez um passe longo e o internacional alemão enganou a armadilha fora de jogo para bater Donnarumma.
Na sequência da jogada, Lucas Hernández lesionou-se com alguma gravidade e teve de ser substituído por Lucas Beraldo. Um mal nunca vem só, terá pensado Luis Enrique quando se encaminhou para o intervalo.
Uma questão de pontaria
A segunda parte trouxe um PSG completamente diferente. Com outra disponibilidade e, acima de tudo, com outra vontade de Mbappé em agarrar no jogo e evitar o desaire na Alemanha, a equipa francesa pode mesmo queixar-se da própria sorte.
Logo aos 51 minutos teve uma oportunidade de ouro para fazer o golo, mas Mbappé acertou no poste esquerdo no primeiro momento e Hakimi acertou no poste direito na recarga. Pontaria a mais que impediu os parisienses de festejarem.
Em seguida foi pontaria a menos, quando Fabián Ruiz surgiu sozinho na pequena área, após cruzamento de Marquinhos, mas não conseguiu direcionar o cabeceamento para o fundo das redes.
O Dortmund não se escondeu e ficou perto de marcar novamente por Füllkrug, quando Jadon Sancho arrancou pela direita, deixou Nuno Mendes pelo caminho (teve muitas dificuldades perante o inglês) e colocou a bola na área, mas o alemão falhou o remate. No outro lado, Kobel teve de se aplicar para defender o remate de Dembélé.
No final é caso para dizer que o muro amarelo aguentou. No terceiro encontro esta temporada, o Borussia Dortmund conseguiu a primeira vitória (um empate e uma derrota) e confirmou a fortaleza em que vive, já que ainda não foi desta que o PSG conseguiu vencer no Signal Iduna Park.
Depois de ter dado a volta à eliminatória fora de casa, nos quartos de final, o PSG vai ter novamente superar um resultado negativo, mas desta feita no conforto do Parque dos Príncipes. Teremos Sempre Paris, pensou Luis Enrique, ao melhor estilo de Humphrey Bogart, numa eliminatória que ainda parece totalmente em aberto.