Liga dos Campeões: Atalanta e Arsenal empatam (0-0), Atleti vence RB Leipzig (2-1) com golo aos 90'
Atalanta 0-0 Arsenal
Uma nova era para a Liga dos Campeões, uma noite de conto de fadas para a Atalanta: sob as luzes do novo e reluzente Estádio Gewiss, a equipa não perdeu a oportunidade de mostrar o seu espírito cada vez mais europeu, trazendo para casa um empate 0-0 que foi tão bom quanto uma vitória contra o Arsenal.
Os habituais e enérgicos adeptos da Atalanta desempenharam o seu papel neste jogo europeu tão aguardado, apoiando a Dea como sempre e levando-a a ultrapassar os limites previstos.
A primeira grande oportunidade do jogo, no entanto, foi criada pelos Gunners, que procuraram habilmente uma falta na entrada da área: um remate perfeito para Bukayo Saka, que tentou surpreender o muito atento Marco Carnesecchi no seu poste, autor de um reflexo felino para negar o golo da vantagem.
Os confrontos internacionais com equipas inglesas têm sempre algo de especial para a equipa de Gian Piero Gasperini, que respondeu de imediato aos avisos dos londrinos, intimidando-os várias vezes, jogando com leveza e com aquela memória mágica da proeza conseguida com o Liverpool na última aventura europeia.
O relvado de Bérgamo, por outro lado, lembra-nos concretamente os perfeitos campos de jogos britânicos, ideais para noites especiais como as vividas pela Atalanta, agora com um troféu muito importante no seu armário de troféus e com uma experiência e consciência dos seus próprios meios tão invejáveis, que anulou o Arsenal durante 45 minutos.
Na segunda parte, a música mudou radicalmente: ritmos mais altos e uma tensão cada vez mais palpável. A Atalanta retomou a marcha, esmagando os Gunners na defesa e aproveitando um descuido do primeiro adversário aos 47 minutos, quando Ederson entrou na área e foi derrubado pelo ingénuo Thomas Partey.
Primeiro grande episódio do jogo a favor dos nerazzurri, com Mateo Retegui oficialmente encarregue do penálti, atribuído após um controlo do VAR por Clément Turpin: o ítalo-argentino subiu lentamente e, depois de se ter decidido pelo canto, viu a grande penalidade ser defendida de forma brilhante por David Raya. Como se isso não bastasse, o guarda-redes espanhol levantou-se de imediato e, no ressalto curto do cabeceamento do ex-Génova, realizou uma proeza milagrosa que manteve o resultado em 0-0.
Um choque pesado para todo o ambiente nerazzurri, convencido de que poderia passar para a frente contra o principal clube londrino e que ficou com o grito engasgado na garganta. A força da equipa de Bérgamo reside, no entanto, na mentalidade vencedora que possui, que sempre a ajudou a reerguer-se após desilusões momentâneas, sem se deixar abater e jogando ainda mais forte do que antes.
As várias alterações feitas por ambas as equipas posteriormente não mudaram o rumo do jogo, que se manteve sempre equilibrado. Também nesta ocasião, Gian Piero Gasperini estudou os Gunners na perfeição, colocando os seus jogadores em campo de forma a neutralizar a sua perigosidade ofensiva.
A Atalanta, graças ao espírito de luta do seu treinador e às substituições ofensivas que efetuou, acreditou até ao último minuto, pressionando no último minuto para tentar dar um belo presente aos seus adeptos. A tão esperada vitória não chegou, mas o empate frente a um clube que há anos está na elite do futebol europeu fez a alegria de todo o Gewiss Stadium, que celebrou a grande prestação dos seus corajosos favoritos.
Um 0-0 talvez um pouco apertado para La Dea, que dá a ideia das ambições do clube e da força deste clube, que cresce ano após ano e é capaz, em todo o caso, de travar um Arsenal sempre forte.
Atlético de Madrid 2-1 RB Leipzig
O Atlético de Madrid estreou-se na Liga dos Campeões contra o RB Leipzig em casa. Os homens de Cholo chegam ao duelo europeu depois de terem dado uma dura lição ao Valência em casa. Os alemães chegaram a esta partida depois de um empate sem golos com o Union Berlim, com sete pontos na Bundesliga e na terceira posição, atrás do Bayern de Munique e do Borussia Dortmund.
O jogo teve um início chuvoso, que dificultou a entrada dos adeptos no estádio. Como se a água que caía do céu não fosse suficiente, Sesko encarregou-se de congelar os ânimos. Depois de um contra-ataque praticamente incontestado, o esloveno abriu o jogo para Openda, que obrigou Oblak a trabalhar muito, mas o avançado que iniciou a jogada aproveitou o ressalto para bater o seu compatriota aos quatro minutos.
O Atleti tentava, esperava quando o RB Leipzig tinha a bola e procurava o golo com intensidade. Dois remates de Correa, um dos quais ao poste, indiciavam a fragilidade da defesa alemã e o golo do empate estava prestes a acontecer.
A corrida de Llorente pelo flanco direito terminou com um cruzamento para a marca de grande penalidade, e a bola chegou a Griezmann, o homem do costume, que marcou um belo golo para empatar o jogo no Metropolitano.
O ritmo foi intenso até ao último minuto da primeira parte, e o intervalo chegou com um empate a 1-1.
O segundo tempo começou com o ímpeto do Atlético. Duas oportunidades de golo de Correa e Griezmann deram um aviso das intenções do Atlético.
Pouco a pouco, as rotações abrandaram e a criação de oportunidades tornou-se mais difícil. O jogo começou a tornar-se mais rude e o árbitro não hesitou em recorrer a cartões, mostrando três em apenas três minutos, dois para o Atleti e um para o Leipzig. As imprecisões aumentaram com as alterações introduzidas por Cholo e as incursões pelo flanco direito desapareceram após a entrada de Molina e a deslocação de Llorente para a zona interior.
A 10 minutos do fim, a posse de bola tornou-se letárgica e o Atleti engarrafou o adversário o melhor que pôde em busca de oportunidades. Quando tudo parecia encaminhar-se para o empate, o sucessor do Faraó apareceu para dar a vantagem e a vitória à equipa da casa. Giménez finalizou um cruzamento espetacular de Griezmann aos 90 minutos para garantir os primeiros três pontos do Atleti.