O Atleti chegou aos quartos de final da Liga dos Campeões de 2019/20, depois de destronar os campeões europeus em Liverpool, quando a COVID-19 estava apenas a começar a aparecer. Saúl tinha marcado o único golo na primeira mão no Metropolitano. Mas a segunda mão, em Anfield, preparou o terreno para um ambiente infernal.
O golo solitário de Wijnaldum levou o jogo para o prolongamento. No tempo extra, Firmino marcou o segundo. Mas um Atleti heroico, que parecia irremediável, recuperou de forma brilhante com dois golos de Marcos Llorente e outro de Morata que fazem parte da história da equipa vermelha e branca.
Desta forma, e com a paragem de atividade causada por uma pandemia que paralisou o mundo, o Atleti estava cinco meses e dois dias depois nos quartos de final que retomaram a competição.
Tal como o Atlético, o RB Leipzig tinha mais hipóteses do que nunca de conquistar um título internacional. Na Alemanha, onde o confinamento era rigoroso e onde as pessoas nem sequer podiam sentar-se juntas num banco de jardim, o espetáculo de Lisboa chegou mesmo a tempo.
A equipa de Julian Nagelsmann dominou o jogo contra os pesos pesados de Espanha: um excecional Dayot Upamecano manteve o jogo apertado na defesa contra os atacantes Diego Costa, Marcos Llorente e Álvaro Morata, enquanto Dani Olmo, que viria a jogar no Atleti depois de conquistar o quarto Campeonato Europeu de Espanha na Alemanha, abriu o marcador.
João Félix, numa grande exibição, empatou aos 71 minutos, de grande penalidade. Mas o golo de Tyler Adams, aos 87 minutos, pôs fim ao sonho da equipa de Simeone de fazer algo de grande numa Liga dos Campeões que parecia muito a seu favor.
Apesar de terem perdido com o Paris Saint-Germain, que viria a ser finalista, alguns dias mais tarde, o jogo contra o Atlético será recordado como o maior sucesso internacional da história do clube de RB Leipzig.
A história do Atlético de Madrid é uma das mais emocionantes do futebol mundial. E, para isso, nada melhor do que olhar para a sua carreira na principal competição continental.
Em 1974, chegou à final da Taça dos Campeões Europeus contra o Bayern de Munique. No jogo disputado no estádio Heysel, Luis Aragonés deu a vantagem aos Colchoneros no prolongamento. Quando o Atleti já parecia campeão, um remate de longa distância de Schwarzenbeck empatou o jogo para os bávaros aos 120 minutos. Como nessa altura não havia penaltis, o jogo foi repetido no mesmo local dois dias depois e o Bayern venceu por 4-0.
O único vencedor do Campeonato do Mundo sem um título europeu
Um ano mais tarde, o Bayern retirou-se da Taça Intercontinental por incompatibilidade de datas. Assim, foi o Atlético de Madrid que enfrentou o Independiente de Avellaneda. Apesar de uma derrota por 1-0 no Double Visor, os Rouge et Blanc sagraram-se campeões do mundo graças a uma vitória por 2-0 no Calderón, com golos de Javier Irureta e Rubén Ayala. Desta forma, o Atleti tornou-se no único campeão do mundo que não venceu a Taça dos Campeões Europeus, um recorde que se mantém até aos dias de hoje.
As duas finais contra o Real Madrid
As outras duas finais da Liga dos Campeões do Atleti também tiveram finais agonizantes que reforçaram a lenda dos Pupas. Ambas foram contra o vizinho e eterno rival Real Madrid. As duas únicas ocasiões em que dois clubes da mesma cidade disputaram a final.
Em 2014, em Lisboa, o Atleti parecia campeão graças ao golo de Godín aos 36 minutos, mas o cabeceamento de Sergio Ramos aos 90+3 minutos, após canto de Modric, levou o jogo para o prolongamento, onde Bale, Marcelo e Cristiano deram a décima ao Madrid.
Em 2016, em Milão, Sergio Ramos deu a vantagem aos blancos, mas Yannick Carrasco empatou para os colchoneros aos 79 minutos. O jogo terminou com um desempate por grandes penalidades, em que Juanfran falhou o quarto penálti, enviando a bola à trave. Cristiano marcou o quinto e o Madrid voltou a sagrar-se campeão europeu.
Liga Europa
O Atleti tem tido mais sorte na Liga Europa, competição que venceu em três ocasiões. Em 2010, na altura treinado por Quique Sánchez Flores e liderado por Forlán e Agüero, o Atleti derrotou o Fulham na final em Hamburgo. Em Bucareste, em 2012, com Simeone no banco, Falcao venceu a final espanhola contra o Athletic. Em 2018, o hat-trick em Lyon contra o Marselha, com dois golos de Griezmann e um de Gabi.