O "Grupo City" corta as asas aos recordes: os casos de Haaland e Castellanos
Erling Haaland e "Taty" Castellanos estiveram a um golo de fazer história pelo Manchester City e pelo Girona, respetivamente, quando os seus treinadores decidiram colocá-los no banco. Sem dúvida que tanto Guardiola como Míchel terão tido as suas razões para os substituir, mas a verdade é que privaram, eles e os adeptos, de momentos que só acontecem um par de vezes na vida.
Para o letal avançado norueguês, tudo aconteceu numa noite de Liga dos Campeões, a 14 de março. Aos 57 minutos, durante a segunda mão dos oitavos de final contra o RB Leipzig, já tinha marcado cinco golos. Tinha igualado Leo Messi e Luiz Adriano como os homens que mais golos tinham marcado num só jogo na principal competição continental e tinha quase toda a segunda parte para os ultrapassar.
No entanto, Pep Guardiola, que treinou o astro argentino quando ele atingiu a marca em 2012, na vitória por 7-1 sobre o Bayer Leverkusen, retirou o "ciborgue" de campo aos 63 minutos para dar lugar a Julián Álvarez. Uma decisão amplamente criticada por um setor que entendeu que o catalão estava a proteger a marca do sete vezes vencedor da Bola de Ouro.
"Sei que o Leo marcou cinco golos, lembro-me perfeitamente disso. Mas é incrível que o tenha feito em 60 minutos, não é o caso do Leo. Erling é muito jovem e isso tem de ser uma razão extra para bater o recorde de Leo", explicou o treinador após o jogo. "Haaland é inacreditável, marcou oito golos em quatro dias. Joguei 11 anos no Barcelona e marquei 11 golos, é inacreditável. Substituí-o depois de marcar três golos para não bater o recorde de Messi na Taça de Inglaterra", brincou alguns dias depois, cansado das acusações.
Por coincidência, outro jogador de uma equipa do "Grupo City" viveu uma situação semelhante à do norueguês. Foi nada mais nada menos do que o homem da semana, o argentino "Taty" Castellanos, protagonista absoluto do jogo Girona-Real Madrid, da 31ª jornada de LaLiga. Numa noite inesquecível para o Girona, o homem de Mendoza marcou os quatro golos da sua equipa.
Aos 62 minutos, já tinha feito um hat-trick e procurava igualar um recorde de outra era, tornando-se apenas no segundo jogador na história a marcar cinco golos contra o Real Madrid. Infelizmente, Míchel achou melhor substituí-lo por Cristhian Stuani a 18 minutos do fim. Assim, Esteban Echevarría tornou-se o único jogador a marcar um hat-trick contra a equipa da capital espanhola - com o Real Oviedo, em 1947.
Não deixa de ser curioso que, num espaço de tempo tão curto, dois jogadores ligados à mesma organização estejam tão perto de bater recordes e não o consigam fazer por razões técnicas. O que se passa com o "Grupo City" e com os recordes?