O herói depois do falhanço: Obra de arte de Galeno dá vitória ao FC Porto aos 90+4
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No primeiro duelo entre Sérgio Conceição e Mikel Arteta, os dois treinadores não quiseram arriscar ou surpreender e apostaram nos mesmos esquemas e intervenientes iniciais, com destaque para a estreia europeia de Otávio. De recordar que o FC Porto, depois de responder à fase mais negativa da época com uma vitória pouco convincente sobre o Estrela da Amadora, apanhou um Arsenal no seu melhor momento, com cinco vitórias consecutivas, as últimas duas goleadas fora de casa.
No entanto, foi também na melhor fase da temporada passada que a turma londrina enfrentou o Sporting, acabando eliminada da Liga Europa, na primeira de uma série de tropeções que impediu o primeiro título da Premier League desde 2004.
Esse era o tónico necessário para os dragões se excederem, como muitas vezes fizeram, perante um adversário, na teoria, mais forte. Com um Estádio a palpitar, o início do jogo foi morno, com os londrinos a imporem um ritmo baixo e a monopolizar a posse de bola, espreitando os espaços em que costumam aparecer os criativos para desequilibrar.
No entanto, os portistas ocuparam muito bem as zonas centrais e deram pouco espaço de manobra a Odegaard, Trossard, Martinelli e Saka. Do ponto de vista ofensivo, o objetivo passava por aproveitar as transições ofensivas e o um para um de Francisco Conceição e Galeno.
Apesar de entregar a posse de bola, foi o FC Porto que mais perto esteve do golo, com o avançado brasileiro a desperdiçar de forma incrível o golo inaugural. Num lance em que Francisco Conceição deixou Kiwior para trás, o cruzamento enrolado caiu na pequena área, onde toda a defesa ficou a dormir e Galeno surpreendeu com um remate à queima-roupa ao poste e a recarga para fora.
Pouco depois, foi a vez de Evanilson e Pepê criarem nova aproximação perigosa, com o ponta de lança a rematar para defesa tranquila de Raya. Os gunners só ameaçaram Diogo Costa através de bola parada - capítulo em que estão fortíssimos esta temporada -, sobrecarregando a pequena área e atrapalhando o guardião, mas sem acertar na baliza.
Ao intervalo, mais domínio londrino, mas o perigo vinha dos homens da casa. O plano de Sérgio Conceição estava a ser executado na perfeição, faltava concretizar.
Sem alterações ao intervalo, o Arsenal tentou posicionar-se mais perto da grande área, o que acabou por abrir mais espaços nas costas. O laboratório de Colney esteve muito perto de fazer a diferença, num canto estudado em que Trossard apareceu completamente sozinho no segundo poste, mas o remate de primeira saiu diretamente para a bancada.
Mantendo o mesmo registo do primeiro tempo, o FC Porto explorava as poucas oportunidades com bola que tinha para tentar ferir o adversário, sobretudo nas costas dos laterais. Francisco Conceição arrancou um amarelo a Kiwior com uma bela iniciativa individual, depois foi Pepê a ganhar a linha de fundo daquele lado e a servir Evanilson que só não fez golo porque Declan Rice bloqueou o remate para fora.
O Estádio do Dragão acordou, empurrado por 49.111 vozes que começavam a acreditar. Por outro lado, os londrinos viam-se bloqueados à entrada da área face aos espaços muito bem ocupados pelo trio de Pepe, Otávio e Alan Varela e apostou muito na bola parada. Com muita dificuldade para aparecer no jogo, Trossard saiu e deu lugar a Jorginho, já Conceição apostou em Iván Jaime para o lugar do amarelado Nico.
O jogo dos bancos prossegiu, com as entradas de Gonçalo Borges e Toni Martínez, numa altura em que Sérgio Conceição acreditava que era possível marcar à melhor defesa da Liga inglesa. Arteta trancou as portas, não mexeu mais e contentou-se com o empate.
Mas Galeno ainda tinha uma palavra a dizer para fazer as pazes com os adeptos e proporcionar um final apoteótico na Invicta. Aos 90+4 minutos, olhou do meio da rua, confiou e bateu, em arco e colocado, para fazer um dos melhores golos desta edição da Liga dos Campeões e colocar justiça no resultado.
Os dragões vão a Londres com uma vantagem mínima importante na eliminatória e os gunners voltaram a cair com pólvora seca perante um emblema português.
Homem do jogo Flashscore: Alan Varela (FC Porto).