O Campeonato do Mundo no Catar criou uma tendência que se tornou muito presente nas grandes ligas europeias. Os árbitros estão a seguir a nova diretiva para calcularem com mais cuidado o tempo perdido com as paragens de jogo, como os festejos de golos, os descontos de tempo ou as substituições.
O relatório da UEFA sobre o Talento dos Clubes Europeus e o Cenário da Competição, que será publicado esta quinta-feira, concluiu que a percentagem de jogos com duração igual ou superior a 100 minutos nas duas primeiras jornadas dos campeonatos nacionais aumentou para mais de 43%, contra 20% em toda a época passada.
A nova diretiva em matéria de arbitragem foi adoptada pela primeira vez pela FIFA no Campeonato do Mundo de 2022, no Catar, e o organismo que administra as leis do jogo (o International Football Association Board) disse em março que as ligas de todo o mundo deveriam adotar a mesma abordagem.
O diretor de futebol da UEFA, o croata Zvonimir Boban, descreveu recentemente a nova diretiva como "absurda" e afirmou que não seria aplicada esta época na Liga dos Campeões.
Além disso, os futebolistas e os sindicatos de futebolistas alertaram para o facto de os jogadores já estarem cansados devido ao calendário apertado da época e de os descontos prolongados os deixarem ainda mais cansados.
Em contrapartida, o chefe dos árbitros da FIFA, o italiano Pierluigi Collina, elogiou as competições que aplicaram a nova diretiva, afirmando no mês passado: "Estas recomendações não afetam os jogadores, apenas compensam o tempo perdido. Estou certo de que a maioria dos jogadores de futebol concorda com isto. O feedback que tivemos no Campeonato do Mundo de 2022 e no Campeonato do Mundo Feminino de 2023, tanto das equipas como dos espetadores, foi muito positivo".
Collina salientou que, nas fases a eliminar das taças europeias da época passada, o tempo extra concedido pelos árbitros foi, em média, de 10 minutos na Liga dos Campeões, 9 minutos e 12 segundos na Liga Europa e 10 minutos e 8 segundos na Liga Europa Conferência.