Leão também come relva sintética: Sporting supera Young Boys e está perto dos oitavos
Recorde as principais incidências da partida
Por norma, não há jogos fáceis na Europa. Seja na Suíça, seja no Cazaquistão. As condicionantes de cada equipa, e até de cada país, condicionam a preparação e partida. Por isso, Amorim deixou Coates em Lisboa. Afinal, o relvado sintético, tema de conversa nos últimos dias, que até já merecido críticas de Guardiola durante a Liga dos Campeões, condiciona os jogadores. Que o diga o treinador do Sporting, que antecipou o final da carreira precisamente depois de sofrer uma lesão num sintético.
Apesar dessa condicionante, foi o próprio a garantir que o relvado não serviria de desculpa, embora não fosse esse o único adversário do Sporting. Campeão suíço, o Young Boys tinha armas diferentes, mas apontou-as sem hesitar à formação verde e branca.
O Sporting foi superior na primeira parte, rematou mais, mas foi o guarda-redes Adán a fazer as principais intervenções até ao primeiro golo da partida.
Depois das tentativas de Gyökeres, o Young Boys adotou um estilo mais físico e fez uso das bolas paradas para incomodar o guarda-redes espanhol, obrigado a uma defesa extraordinária quando o resultado ainda estava 0-0.
Adán voltaria a ser chamado a intervir mais uma vez, mas aí também já o guarda-redes suíço, Van Ballmos, tinha defendido o primeiro remate de Gyökeres à baliza.
Perante as melhorias ofensivas dos suíços, o Sporting encontrou espaço para atacar a profundidade e depois das incursões do sueco pela esquerda, foi pela direita que o jogo começou por ser desbloqueado.
Marcus Edwards, que nem estava muito em jogo, foi determinante, ainda que acabe por não somar golos ou assistências nesta partida. A ingratidão de quem olha apenas para a ficha do jogo não espelha a influência do inglês numa fase decisiva da partida.
O extremo recebeu de Ricardo Esgaio aos 32 minutos e ainda hesitou no momento de utilizar o pé direito para cruzar, mas assim que o fez Amenda desviou para a própria baliza uma bola que tinha Gyökeres como destinatário.
O sueco não teve aí oportunidade para dar seguimento ao habitual registo goleador, mas Edwards voltou a aparecer no ataque para sofrer um penálti cometido por Van Ballmos, que não conseguiu redimir-se perante a força com que Gyökeres rematou desde a marca dos 11 metros (41 minutos).
Tudo teria sido mais fácil caso o Sporting conseguisse conservar a boa vantagem ao intervalo, mas o Young Boys já tinha mostrado que não iria alinhar nesse tipo de facilitismos. Assim que Daniel Bragança soltou ligeiramente a marcação, os suíços construíram uma jogada pela esquerda para mais uma grande defesa de Adán, que acabou por não conseguir travar a recarga de Ugrinic.
O jogador do Young Boys deu o corpo pela equipa suíça e acabou por sair lesionado na sequência desse lance. Um sacrifício que, saber-se-ia mais tarde, viria a ser pouco produtivo, pelo menos na primeira mão.
Às vezes, é bom ser Inácio
No balneário, o jogador terá recebido os agradecimentos dos seus colegas, mas em campo esses agradecimentos de pouco serviram. Ugrinic preferia, certamente, mais atenção no início da segunda parte.
À sexta falta sofrida por Gyökeres, que travou duelos intensos com quase todos os jogadores do Young Boys, Pedro Gonçalves colocou a bola diretamente na cabeça de Gonçalo Inácio. Aos 48 minutos, o Sporting voltou a ter uma vantagem de dois golos. Tudo como antes, menos a gestão da partida.
Rúben Amorim resguardou mais os seus jogadores e tentou controlar a equipa suíça, até porque não tem sido fácil vencer em casa do Young Boys, que não perde para o campeonato, na condição de visitado, há dois anos.
Em contra-ataque, Gyökeres e Pedro Gonçalves trataram de colocar os suíços em sentido. Valeram van Ballmos e o poste a evitarem o golo do português, mas a verdade é que Adán, depois de uma primeira parte agitada, teve um final de noite bem mais tranquilo.
De resto, Rúben Amorim teve tempo para gerir, descansou Hjulmand e até Gyökeres e ainda estreou o reforço Koba Koindredi e o jovem Rafael Nel, que tem estado em destaque na equipa B. Na reta final, um golo anulado ao Young Boys ainda assustou, mas a equipa suíça até acabou reduzida a 10 por expulsão de Camara. Ninguém se aleijou e tudo correu bem ao leão, só falta mesmo o apuramento para os oitavos de final.
Melhor jogador em campo Flashscore: Viktor Gyökeres (Sporting)